Em entrevista ao programa Band Esporte Show, da Rádio Bandeirantes de Porto Alegre (RS), o técnico Vagner Mancini, demitido do Esporte Clube Vitória em julho deste ano após goleada sofrida para o Atlético Paranaense, cobrou do clube a dívida da qual ele revela não ter recebido ainda nenhum valor da rescisão contratual. Vice-presidente Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol (FBTF), o treinador defendeu mudanças na legislação para proteger os técnicos, assim como os jogadores são protegidos e respeitados, destacou ele. O ex-comandante do Leão comentou sobre o projeto que está em Brasília e já foi aprovada por algumas comissões, para os treinadores terem mais proteção no trabalho.
Veja abaixo:
“Eu saí do Vitória no final de julho e ainda não recebi um real daquilo que é meu direito, né, da multa contratual, daquilo que foi acerto que fizemos, do destrato que foi feito, então é muito difícil a gente ser respeitado, assim como o atleta é, o atleta tem a legislação a seu favor, né, e, infelizmente, a nossa está muito defasada. Então, o contrato é por tempo determinado, só que ele não é respeitado, porque nós não temos uma legislação atuante, né? A Lei do Treinador, ela é de 1993 e ela tá defasada. Nós entramos com um projeto que está em Brasília, já passou por algumas fases já foi aprovado em algumas comissões, mas ainda falta uma terceira para, depois, ir para o Senado, pra virar lei, né. Então, o caminho ele é longo, ele é difícil, porque as coisas não acontecem da forma como todos nós esperamos aqui no Brasil, infelizmente. Então a nossa legislação, ela precisa ser melhor regulamentada e eu vou citar exemplos. Se um clube de futebol, hoje, manda embora um atleta, ele tem que pagar 50% do que falta do contrato do atleta, isso não acontece para o treinador. Em algumas situações acontece, quando o treinador tem a capacidade de ter um departamento jurídico ou um advogado que consiga fazer bem feito o contrato, tá? O que é que, novamente, acontece: lá fora, na Espanha, na Inglaterra, na Alemanha, que são países mais desenvolvidos que o nosso nesse tipo de legislação, o clube demite o treinador e, enquanto ele não acertar com esse treinador, ele não pode apresentar um novo treinador. Aqui no Brasil, teoricamente, deveria ser assim. No estado de São Paulo, a Federação Paulista já colocou no regulamento da competição dela que isso aconteça e vem tendo êxito nisso. A CBF tá tentando fazer isso daí também, mas não consegue, porque os clubes não aceitam, então vai ter que ser uma imposição da CBF. E, aí, nós estamos pressionando a CBF”, disse.