Sempre que me lembro daquele saudoso dia de glória, sinto um enorme orgulho de ser Tricolor, de ser BI-CAMPEÃO Brasileiro tendo vivido as emoções dos jogos decisivos, com apenas 32 anos incompletos de idade.
Era inicio dos idos de 1989, apesar do título em jogo se referir ao ano de 1988.
Chegamos à final após enfrentarmos adversários fortíssimos. O primeiro foi o Fluminense do RJ, que vencemos aqui na antiga Fonte Nova e depois, brilhantemente, empatamos em pleno Maracanã, estádio esse considerado até então, o maior do Mundo! Esse feito nos remetia para o grande duelo final do Campeonato Brasileiro.
Seguíamos firmes para o novo e grande desafio que se apresentava: jogar contra o a fortíssima equipe do Internacional. A primeira vencemos incontestavelmente na Fonte Nova. A segunda, foi um enorme duelo de gigantes! Jogávamos no campo do adversário, aonde o mesmo nunca houvera perdido um título em disputa.
A unanimidade da imprensa nacional já considerava o time gaúcho como o Campeão Brasileiro de 1988, apesar da vantagem tricolor em jogar por um simples empate sem, ou com qualquer número de gols, visto que tínhamos vencido esse forte time em Salvador na partida de ida deles.
Era um dia de domingo, dia 19 de fevereiro de 1989, o dia da Glória havia chegado! Empatamos num disputado jogo onde ocorreram chances de gols para os dois lado mas, o placar final ficou no zero à zero. Apito final do árbitro Dulcídio Wanderlei Boschilia e o sonho do título virou uma realidade.
O Bahia tinha um time que, se não chegava a encantar na qualidade, mas que sobrava e se superava na garra dos nossos guerreiros e um determinado treinador que se propuseram em levantar a Taça em jogos de mata-mata.
Eram eles: Time base: Ronaldo (Sidmar); Zanata (Tarantini), João Marcelo, Pereira (Claudir / Newmar) e Paulo Róbson (Edinho); Paulo Rodrigues (Osmar), Gil, Zé Carlos e Bobô; Charles (Renato) e Marquinhos (Sandro). Técnico: Evaristo de Macedo. Sem esquecer o nosso glorioso Paulo Maracajá que era o nosso Presidente na época.
Tinhamos um jogador diferenciado que chamava a atenção pela sua liderança de grupo, qualidade e dedicação: Raimundo Nonato – Bobô. Craque de raiz baiana vivia, naquele momento, o tão sonhado título que pode alcançar um jogador profissional no futebol Brasileiro. O Campeão Brasileiro e craque Bobô foi um dos grandes artífices da façanha Tricolor.
O nosso Charles, ainda menino, também estava “comendo” a bola participando de forma decisiva, fazendo gols importantes na jornada que se encerrava. Essa destacada atuação, de um goleador nato, levou ao treinador da Seleção Brasileira a obrigatoriedade de convocá-lo (naqueles tempos eles não convocavam jogadores ativos dos clubes do Norte e Nordeste).
O nosso jovem goleiro Ronaldo Passos, também baiano, foi um grande herói da campanha quando evitou qualquer chance do Internacional em fazer um único gol que fosse. Fechou o gol e contribuiu também de forma muito decisiva para abiscoitar o título brasileiro.
Enfim, um time formado por boa parte de jovens jogadores da base, baianos, que se determinaram em levar o Bahia ao mais alto Título da honra e glória do nosso futebol brasileiro: CAMPEÃO BRASILEIRO!
Ficaram as lembranças ainda do dia em que o time chegou na nossa Salvador. O Aeroporto Internacional 2 de julho estava repleto de torcedores que demonstravam a enorme alegria de pertencerem à Grande e Imensa Nação Tricolor!
Era festa de Carnaval antecipado na Bahia! Festa na Bahia!!! Tinha Trio Elétrico e todos os jogadores e Diretoria nele embarcados. Uma enorme carreata que percorreu o circuito entre o Aeroporto e a nossa antiga Sede de Praia, na Boca do Rio.
Tenho o orgulho de ter visto o meu Bahia sagrar-se Campeão Brasileiro!
Era só alegria!!! Era eu vibrando!!! Era o Bahia BI-Campeão Brasileiro!!!