Algumas coisas claras que no jogo do Bahia se tornaram transparentes:
– Edson e Nilton JUNTOS não dá. Dois jogadores com as mesmas características, que marcam bem (ontem, o Nilton, nem tanto), e precisam entregar logo a bola para não perdê-la. Exigir de ambos que flutuem pelo meio, olhando para frente, mirando passes criativos que “quebrem” as linhas adversárias, é jogá-los na fogueira. Ontem Edson errou o primeiro, o segundo, o terceiro e isso minou sua confiança. Quando percebeu, não acertava mais passe de dois metros. Em compensação, quando ia “na sua”, roubar e entregar rapidamente, conseguia produzir, mesmo numa noite abaixo do desempenho normal;
– A saída de Juninho foi precoce. Confiaram demais na dupla citada acima e, mesmo que a dupla venha a dar certo (o que não acho. Podem os dois dar certo no Bahia, aliás, Edson já deu. Mas jogando um de cada vez), é preciso ter um volante de outro estilo à disposição. A qualidade de Juninho é acima da média e não há reposição à altura HOJE no elenco.
– Elton precisa ser titular PARA ONTEM. Lendo o primeiro e segundo item isso fica óbvio. Não sei como ele desempenhará no Bahia, apesar disso, é o único que tem características criativas. Ontem foi bem, mas nada demais. Esse é o problema de só ter um jogador com um tipo específico de característica. Só tem tu, vai tu mesmo.
– Vinicius não dá. Simplesmente não dá. Já era! Ele é isso mesmo. Podem anotar. Está na hora de testar o Felipe(inho).
– Falta profundidade no elenco do Bahia, mais especificamente na parte ofensiva. Lembra do problema de Elton na ‘volância’? Aqui é pior. O Bahia contratou bem? Sim. Porém, contudo, todavia, muita gente boa saiu sem que a devida reposição fosse feita. Hoje, saindo Élber, Zé Rafael ou Régis, quem entra no time do Bahia? Ontem foi muito claro a inoperância do banco, que colocou em campo Vinicius (o maestro kkk) e Hernane. Depois disso, acabou o jogo para o Bahia.
Aceito que para primeiro semestre é entendível a cautela nas contratações desse setor: são mais difíceis, mais caras, sofrem mais concorrência dos Estaduais do eixo, ano passado não foi muito diferente, mas, em contrapartida, URGE no Bahia a necessidade de contratação de um cara que saiba jogar pelo lado com qualidade de criação. Nome ideal? ALLIONE!
Arrumando a casa, vislumbro um semestre produtivo. Apesar dos pesares, o time teve certa qualidade com a bola no pé, tentou jogar, não rifou nem ficou cruzando. Tabelou, se mexeu, fez ultrapassagens, mas saiu derrotado. O tempo melhorará isso. Gostei bastante de Élber. Jogador habilidoso, que busca jogo a todo momento. Léo Pelé é fraco, com Mena, Élber, terá mais campo para jogar. O lateral-direito João Pedro é muito habilidoso, também. Busca jogo, vai no fundo. Apesar da forma física sofrível (está bem redondinho), fez um bom jogo. Régis, fisicamente, bem. Jogou mal, mas tá fino. Se continuar nessa pegada pode encontrar seu melhor futebol. Zé Rafael foi regular, nada mais.
Matheus Chaves, tricolor, amigo e colaborador do Futebol Bahiano.