Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. O Bahia perdeu para o Santos, mas perdeu praticando um futebol razoável. O time vem jogando bem e é isso que está sustentando a “aceitação” da maior parte do seu torcedor. O futebol é imprevisível, nem sempre o bom futebol se converte em triunfos, assim como o péssimo futebol em derrotas. O jogo na maioria das vezes é decidido em detalhes.
Não houve cobertura no rebote de Jean no primeiro gol, houve um bate-rebate no segundo e a bola espirrou nos pés do santista, etc. São detalhes que nem sempre traduzem superioridade ou até mesmo fragilidades. Não há estardalhaço algum. A pequenez por sua vez se espelha na gigantesca diferença de receitas entre os participantes da Séria A.
Vamos com calma, o Bahia saiu recentemente da UTI, mas ainda não saiu do Hospital, as coisas estão sendo bem feitas e os resultados não serão tão imediatos como se imagina. Os 12 maiores clubes possuem maior poder econômico, dinheiro, mídia, etc. O nível de cobrança tem que ser outro mesmo. O Flamengo, por exemplo, tem receita de 500 milhões/ano, pode e deve ter resposta imediata.
O Bahia, por sua vez, com seus 75 milhões anuais de receita + 200 milhões de dívida, tem, e não há outro jeito, que ir devagar, um passo de cada vez para não tropeçar novamente. Deixa Darino Sena curtir sua dor de cotovelo pela perda do ex-melhor amigo. Umas doses de whisky e um CD no ritmo da sofrência da Marília Mendonça devem ser suficientes para ele, afinal, o Bahia não é nenhuma “rapariga” para separar ninguém.
Ricardo Agapito, torcedor do Bahia e amigo do Blog.