Futebol Baiano: Quando o JABÁ é “OFICIAL” pode?

Em 2014, algumas janelas tricolores soteropolitanas tiveram suas vidraças trincadas, com uma lista, na ocasião bombástica de beneficiados, na imprensa baiana, por pagamentos efetuados, pela antiga diretoria do Bahia. Dizem de rotina em todos grandes clubes.

A iniciativa louvável e tão inédita em todo Brasil da gestão de Fernando Roth Schimidt causou uma enxurrada de ações judiciais contra o clube e seus gestores de recebedores de valores, passagens, etc., que tiveram os nomes divulgados. Uma primeira sentença foi, na época publicada, pela improcedência, sob o fundamento de que os pagamentos seriam ilícitos, porque a imprensa quando divulga um fato a faz dentro de um contexto de obrigatoriedade de informar e não como consequência de pagamentos condicionantes.

Pois bem, depois do fervor causado, houve um silêncio, sobre estas demandas, iniciadas no PROJUDI e quais os resultados finais, inclusive em nível das Turmas Recursais. Não sei se não me atualizei devidamente, ou tudo se comparou num comprimido de Sonrisal. Chiadeira no início e depois calmaria. Não sabemos se houve composições, desistências ou se a atual Diretoria, por interesse, usou os famosos panos quentes.

Faço este relato inicial, porque sempre tive o costume no retorno diário do trabalho, às 18 horas, escutar a resenha de uma respeitada emissora baiana. Bem, estranhava que só ouvia notícias do Bahia, quando um ouvinte telefonou reclamando e o radialista explicou, que aquele horário era reservado exclusivamente para as notícias tricolores e se o ouvinte desejar também para o Vitória, que falasse com a atual Diretoria.

Iniciativa de horários exclusivos já era adotada em algumas outras emissoras, para ambos os clubes. Não desejo aqui ser contra a atividade mercantil ou facilitar o agravamento do desemprego existente no país. Também não irei cuspir no pão da sobrevivência de cada um, mas fico preocupado e curioso. Quem está pagando às emissoras? São anunciantes rubro-negros e tricolores, OU também OS CLUBES?

Se os clubes estão pagando, no mínimo eticamente, não é razoável. Qual a independência do jornalismo praticado, para o torcedor, se os profissionais se encontrarem reféns das diretorias? As emissoras iriam se transformar em verdadeiros órgãos chapa branca. Sempre achei que deveria haver uma associação de consumidores de comunicação, para os protestos coletivos. Esquecem que o serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens dependem de concessão, permissão e autorização do Poder Executivo e elas são fiscalizadas, mesmo que em tese.

Outro comportamento duvidoso. Quando o torcedor não se encontrar defronte de uma tela ou não tiver uma TV, ele estará ouvindo a transmissão do jogo pelas emissoras de rádio. Escuto atualmente um grave comportamento, ou seja, dá-se pausa na transmissão, para se ler longo comercial e o torcedor fica sem saber o que está acontecendo no gramado. É um lesivo abuso, recentemente praticado pela maioria das emissoras de rádio.

Bem, deixo para vocês complementarem o meu texto, pois ignoro os pagadores destes programas exclusivos, mas pergunto a todos, se os clubes pagarem, qual a natureza do valor, seria um popular jabá?

Atahualpa – Amigo, Vitória e colaborador do BLOG 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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