Tragédia com a Chapecoense: Atletas do Vitória chocados

A alegria pelo triunfo de 1 a 0 diante do Coritiba, segunda-feira, que deixa o time com amplas chances de permanência na Primeira Divisão, se transformou em tristeza e consternação na madrugada desta terça, quando os jogadores do Vitória tomaram conhecimento do acidente aéreo que vitimou jogadores, funcionários e dirigentes da Chapecoense, e jornalistas que viajavam para o primeiro jogo da final da Copa Sul-Americana, entre o time catarinense e o Atlético Nacional da Colômbia, em Medellin, na Colômbia.

Os jogadores lamentaram o ocorrido e cumpriram praticamente em silêncio todo ritual, até ao desembarque, no início da tarde desta terça-feira, no Aeroporto Internacional Deputado Luís Eduardo Magalhães. Desde o café no Bourbon Hotel, durante o trajeto de ônibus até ao aeroporto de Curitiba e no voo da GOL, com conexão no Rio, eles pouco conversaram. Ávidos por mais notícias, não desgrudaram do WhatsApp.


Amigo de Arthur Maia, jogador revelado na divisão de base do Vitória e que tinha contrato com o clube – estava emprestado ao clube catarinense – o zagueiro Victor Ramos chorou bastante. Na semana passada, ele havia se encontrado com Arthur em Salvador.

“Chorei muito de ontem para hoje. Fiquei muito chocado, não só por Arthur, mas por todos. Deixaram filhos, família. É pegar na mão de Deus para que ele conforte a família de cada um”, disse o zagueiro ao desembarcar.

O meia colombiano Sherman Cárdenas, que atuou no Atlético Nacional, estava visivelmente emocionado e por muito custo atendeu à imprensa no aeroporto Luís Eduardo Magalhães.

“Todo mundo está triste e com dor. O mais importante sempre vão ser os familiares das pessoas que sofreram esse acidente. O povo colombiano e, em especial o Atlético Nacional, vai fazer tudo para que o nome da Chapecoense fique no alto”, afirmou Cárdenas, acrescentando que viajou bastante no avião da empresa Lamia, para jogar a Copa Libertadores, inclusive no Brasil.

Outro que ficou muito abalado foi o atacante Marinho, que chorou por diversas vezes. “Estou muito mal. A gente nem dormiu quando soube da notícia. Todo mundo preocupado, pensando que tivessem vivos. Perdemos amigos de profissão e pessoais. Eu, por exemplo, tinha relação com Arthur Maia, Josimar, Dener, Thiaguinho, Mateus Biteco, e a maioria”. Arthur Maia chegou ainda criança ao Vitória e veio de Alagoas, mesmo estado de Marinho.

O presidente Raimundo Viana foi ouvido no aeroporto e falou sobre o adiamento da rodada final do Brasileiro, que seria neste domingo, dia 4, passando para o outro, dia 11.

“Isso, de certa forma, atrapalhou os nossos planos porque os atletas tinham outros compromissos, mas nós vamos nos ajeitar e ainda tem o problema eleitoral. A possibilidade do adiamento da eleição é a mais concreta”.

Além de Arthur Maia, revelado pelo clube, dois jogadores atuaram pelo Vitória – o meia Cléber e o volante Gil – e no voo estavam o ex-jogador e técnico rubro-negro Mário Sérgio, ídolo da torcida, o técnico Caio Júnior, que no comando do Leão fez a melhor campanha de um time do Nordeste no Brasileiro da era dos pontos corridos, Eduardo de Castro Filho (Duca),que foi assistente de Caio, e Pipe Grohs, analista de desempenho.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário