A pouco mais de 100 quilômetros do Barradão, Feira de Santana. A 5670 quilômetros, Boa Vista (RR). E entre menores ou maiores distâncias, há torcedores do Vitória integrados pela Rede Vitória Sem Fronteiras, que veem como privilégio uma tarde de sol no Barradão, assistindo ao Vitória jogar.
O trabalho que cada torcida da Rede realiza é de formiguinha, construindo a mentalidade do fortalecimento através da agregação, amadurecendo a ideia de unidade, com convergências e divergências, mas com o Vitória como elo primordial.
Como as distâncias, o envolvimento dos torcedores com o clube se dá em menor ou maior grau, e diversos fatores alimentam a alternância entre eles: informação, referência, tempo e até mesmo disposição. Como o Vitória deve trabalhar para atrair torcedores de todos os níveis de envolvimento para a sua base de sócios?
Esse foi um questionamento que levantamos junto a diretoria de Marketing do clube, que tem se mostrado aberta às nossas propostas, críticas e contribuições em geral. Mantemos contato direto com o diretor executivo Paulo César Verardi e sua equipe, buscando melhorar e ampliar a comunicação com a torcida rubro-negra, especialmente aqueles que não têm o Barradão tão próximo.
Nesta semana, tivemos uma novidade: o lançamento do plano de associação ao custo de R$10.
Há quase um ano e meio estamos pleiteando um plano que olhe para o torcedor de fora de Salvador e atente para as suas particularidades. Para o torcedor com maior grau de envolvimento – e estes são muitos -, associar-se é uma garantia de poder atuar positivamente na vida do clube, inclusive de cobrar eleições verdadeiramente democráticas e participar delas. Este é um fator motivador da associação. Já para os de menor envolvimento – e estes são muitos -, é preciso mais. O mote “ajude seu clube” não funciona pois, em geral, ele vê o futebol como entretenimento secundário, substituível, e vai vestir a camisa apenas nos bons momentos em campo.
Como convencer este segundo tipo de torcedor? Se ele vê a relação com o Vitória predominantemente sob a ótica comercial, é necessário estabelecer uma gama de benefícios que “acobertem” possíveis maus resultados no futebol. E esses benefícios devem ser regulamentados, não serem apenas uma liberalidade do clube, como é o caso da garantia do ingresso ao jogo em que o Vitória é visitante na região do torcedor fora da Bahia, afim de evitar entendimentos passageiros do que é direito ou não. Há uma máxima das vendas que diz que o melhor vendedor é o cliente satisfeito, pois ele vende sua marca e seu produto sem cobrar comissão.
É preciso cuidado ao fazer comparativos com programas de sócio-torcedor de clubes como o Internacional, que com relativa frequência obtém grandes conquistas no futebol. Mas, é bom destacar que seus 112 mil sócios contam com uma rede de descontos de mais de 500 estabelecimentos comerciais no Rio Grande do Sul e em outros estados, além de que há plano que diminui de preço conforme a residência do torcedor se distancia da capital gaúcha. Outro caso de sucesso é o do Palmeiras, com mais de 126 mil sócios. Possui até um sistema de pontos, semelhante aos de empresas aéreas e de postos de gasolina, em que o sócio vai acumulando e troca por benefícios ou prêmios.
O estágio do relacionamento do Vitória com o torcedor ainda é bem aquém ao desses grandes clubes. E o anúncio do novo plano ao valor de R$10 foi direto numa parte do corpo que o torcedor equilibra com o coração: o bolso.
O plano Leão se destina tanto aos torcedores de baixa renda quanto aos que moram fora e se privaram até hoje da associação devido a impossibilidade de frequentarem o Barradão, cujo acesso livre aos jogos é, sem dúvida, o grande atrativo dos planos Prata e Ouro.
Logo observamos que este novo plano não dá direito a votar e ser votado nas eleições. É seguro que o clube faça o veto para esta categoria de sócio. Do contrário, não duvidemos haver mal intencionados que financiem uma associação em massa para interferir nos resultados das eleições (que esperamos que a reforma do estatuto nos permita o voto direto). Dos três maiores detentores de sócios-torcedores do Brasil – Corinthians, Palmeiras e Internacional (e nenhum tem plano mais barato do que este anunciado pelo Vitória, exceto para crianças) -, apenas o primeiro não permite voto. E lá também há uma batalha pela reforma do estatuto.
Por outro lado, conclamamos os torcedores com condições financeiras de aderirem ao menos ao plano Prata que não deixem ser levados pelo apelo financeiro. Há um valor subjetivo muito maior nos direitos a voz e ao voto do que a diferença em Reais de um plano para outro.
A Rede Vitória Sem Fronteiras tem o objetivo essencial de contribuir para um Vitória melhor. Não nos colocamos como oposição ou apoiadores de nenhum grupo político, apesar de, individualmente, as torcidas e os torcedores da Rede terem o direito inalienável de se manifestarem pró ou contra a situação e a oposição do cenário político do clube.
Vamos continuar na luta.
ESTAMOS CONTIGO EM QUALQUER LUGAR!
—
Rede Vitória Sem Fronteiras
www.vitoriasemfronteiras.com.br