Triste Bahia, oh, quão dessemelhante…

Na semana passada, depois do jogo do Bahia, comecei a sintonizar o canal que exibe a novela “O Velho Chico”. Confesso que há mais de 20 anos me afastei destas porcarias, que a Globo exibe, mas pela paixão que tenho pelo Rio São Francisco e pelas imagens, justiça lhe faça, tecnicamente perfeitas, da rotulada “Poderosa”, voltei a perder o meu tempo. A primeira fase da novela estava até indo bem, mas pularam vários anos e criaram, logo no início a chamada segunda fase, com os personagens sendo interpretados, por outros atores. Aqui para nós, esta mudança de tempo foi uma merda, perdoem-me pela palavra mas é a que mais representa. Inclusive, desapareceu o Rio, que aparece travestido pelo Paraguaçu. Até as belas banhistas do São Francisco tomando banho despidas desapareceram, para nossa tristeza e perda do encantamento, pois não haveria melhor conjugação com as águas do velhíssimo Chico.

Contudo, antes da novela, dei uma olhada no choro procedente dos tricolores no blog do nosso amigo Dalmo e seu sempre colaborador competente e frequente o Felipe, porque estes torcedores têm o direito ao chamado “jus esperneandi” ou o direito de espernear. Retornando à novela, bem no início, surge a voz de Caetano Veloso, cantando:

TRISTE BAHIA, OH, QUÃO DESSEMELHANTE…

Aí pensei, hummm!!. Os amigos tricolores vão sofrer com esta letra de nosso poeta cantor e para piorar vem em seguida o Tom Zé também nesta novela cantando:

“Senhor cidadão

senhor cidadão

Me diga, por quê

me diga por quê

você anda tão triste?

tão triste

Não pode ter nenhum amigo

senhor cidadão

na briga eterna do teu mundo

senhor cidadão

tem que ferir ou ser ferido

senhor cidadão

O cidadão, que vida amarga

que vida amarga.

Oh senhor cidadão,

eu quero saber, eu quero saber

com quantos quilos de medo,

com quantos quilos de medo

se faz uma tradição?”

Pronto, pensei, a depressão se instalou de vez. Por causa dessa depressão, Dalmo teve até um bom descanso, pois se seguiram inúmeros textos de colaboradores, alguns continuando equilibrados, outros ex-xiitas e agora bons franciscanos, apesar de virtudes serem temporárias perdurando até a um próximo de triunfo, contra as galinhas mortas da Série B e aí aparecem as letras de um guerreiro de alma vencida: BBMP.

Li, pacientemente, os gemidos, passando antes um antialérgico prescrito por uma dermatologista rubro-negra, parecidíssima com a garota do gerasamba de Franciel, para não ser contaminado pela moléstia tricolor, apesar da bula, nos avisar que pode haver efeito colateral desagradável, nos próximos dois jogos do Vitória.

Contudo, afastado das notícias do Bahia e centrado nos pontos das interrogações, sobre o nosso time rubro-negro ainda com uma defesa fraca, que toma dois gols por jogo, não sabia (Maurício nos informou) que havia um presidente de clube, torcendo pelo Atlético de Madrid. Dizem na rede social que em vez dele se orgulhar com o uso da camisa de seu time, que preside, vestiu a do clube espanhol. Se os torcedores do Atlético tivessem conhecimento, das informações da torcida rubro-negra, por certo evitaria que adentrasse o estádio, pois, segundo as redes sociais, é pé frio, tanto assim que o Atlético perdeu.

Bem, terminando este comentário dos comentários, só acho covardia, desculpem-me os que entendem o contrário, de escolherem exclusivamente o técnico Doriva, para ter o fim de Luis XVI, George Jacques Danton e Antoine Lavoisier entre outros condenados à guilhotina. Não esqueçam que antes, no ano passado, condenados foram Sérgio Soares e Charles e neste ano, a fila continua, seguindo o roteiro de antigos filmes de suspense: o criminoso sempre será o mordomo. Uma sentença imposta pelas elites.

 Atahualpa – Torcedor do Vitória, amigo e colaborador do BLOG

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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