Respeito os torcedores rubro-negros e tricolores que têm conduta, que diferencia da minha, pois antes dos BAVIs não vislumbro triunfo fácil, pois existe a imprevisibilidade de resultados, quanto mais num clássico, quando a vontade e a fibra da rivalidade geralmente iguala desiguais. Também, tenho a cautela de esperar o último jogo, para as comemorações naturais e justas.
Ouvi, ontem, um apresentador que faz programa policial, um torcedor confesso do Bahia, dizer que vislumbrou, pelo jogo de domingo, um time de segunda triunfando sobre um time da terceira divisão. Raimundo Viana, em entrevista no final do jogo, disse testemunhar uma partida, salvo engano, fenomenal do Vitória, o que discordo dele, com as nossas limitações como torcedor equidistante dos estádios, conforme razões em seguida expressas.
Retornando ao apresentador de TV, teria o profissional, talvez, pela sua decepção, teria dito que o Bahia teria um time de terceira e o Vitória de segunda. Há de se pensar se realmente é um fato.
Acredito que não poderemos abraçar este pessimismo, porque os tempos nos ensinam que nas partidas finais de campeonato a regra geral é a tática dos treinadores e a parte técnica fica prejudicada, postando-se como secundária. Não só na Bahia, como também, nos demais campeonatos.
Antes do jogo de domingo, dei o meu palpite alegando que o Bahia só teria chance se jogasse como “clube pequeno”, em palavras outras, jogasse numa retranca, como fazem os clubes do interior e que levaram ao Vitória imensas dificuldades . Como o Bahia tinha a vantagem por dois resultados iguais, pensei que o seu treinador fosse adotar tal tática.
Contudo, surpreendentemente, quem jogou “como clube pequeno” foi o Vitória, que se defendeu, explorando os contra-ataques. A tática de Mancini terminou sendo a vencedora. Não podemos deixar de reconhecer este fato, mas as circunstâncias lhe ajudaram. Um gol, através de pênalti e o outro graças a um volante, Amaral.
Os ventos sopraram a favor de Mancini, pois estes ventos foram gerados, pelo deficiente ventilador do Bahia. Reconhecendo o meu limite baixo de intérprete do futebol, pois vocês leitores são os especialistas, mas, pelo jogo, o Vitória não foi forte e sim o Bahia muito fraco, cuja realidade muitos tricolores buscam deixá-la na sombra.
Fico sem condições morais para criticar o Mancini, porque sua tática traduziu em triunfo, mas se arriscou excessivamente. Se o Vitória perdeu gols, o Bahia também. Não é possível, que o treinador, no intervalo, não mudasse sua tática, pois os tricolores estavam literalmente batidos. Bastava-se o Vitória jogar normalmente, para se fazer dois ou mais gols , pela fraqueza momentânea tricolor. O título estaria assegurado. MAS NÃO! O que fez o Mancini, fechou mais ainda o Vitória, para a garantia dos 2 x 0, mas, contraditoriamente, deixou muitos buracos em sua defesa.
A entrevista de Mancini depois do jogo, com referência ao próximo domingo, foi corretíssima, quando ele exigiu humildade e muito trabalho, mas a cautela é necessária, por culpa dele, que deixou de se construir um placar seguro.
Também no próximo jogo, tudo pode ocorrer. Uma expulsão, por exemplo, pode mudar o jogo. Não vou aqui imitar os tricolores, que achavam o Jean um fenômeno. Goleiro, ao contrário das demais posições, há de se exigir maturidade. O talento faz de um garoto atacante um craque, mas para um Goleiro há necessidade de um plus, que é a experiência. De forma absurda, recuaram muitas bolas para ele e o nosso goleiro esperava a chegada de um tricolor, para o chute, com seriíssimos riscos de a bola resvalar no rival. Outra situação que ainda não sabemos é sobre a reação psicológica do jovem goleiro, se houver falha dele.
Bem, espera-se com a recuperação do goleiro titular, Tiago Real, Dagoberto, com o talento de Marinho e a força de Amaral, faça o Mancini exibir um time de Primeira. Agora, se o Bahia é de Terceira, como um tricolor reconheceu, os comentários ficam com vocês.
Atahualpa – Torcedor do Vitória, amigo e colaborador do BLOG