CASO VICTOR RAMOS: DA VERGONHA AO CRIME

O caso Victor Ramos é muito pior do que se imaginava. Revela, além de uma clara tentativa de burlar as regras do Campeonato Baiano, uma maracutaia que chega até na FIFA.

A CBF encaminhou ao TJD-BA um documento pífio (veja no fim da matéria) para provar o improvável (talvez utilizando-se da piada frequente, desse 1º de abril de 2016). O documento não resiste a 4 constatações básicas.

  1. documento omite que o atleta não tinha mais vínculo com o Palmeiras;
  2. documento omite a data do contrato com o Vitória;
  3. documento omite que não havia janela de transferência fechada para o México;
  4. documento omite se a FIFA sabia desta transação.

O documento “fabricado” pelo Sr. Reynaldo Buzzoni não é nada além da mensagem do #qqcoisameliga com um timbre da CBF. Completamente inconsistente, trata a transferência de um atleta do time do México, como tendo sido feita pelo Palmeiras.

Aí cabem algumas perguntas:
  Por que o Vitória não apresentou o contrato de empréstimo (ainda que ilegal) entre Palmeiras e o time rubronegro?

  1. Por que o jogador aparece no STM da FIFA como se estivesse no Palmeiras, e não no time baiano?
  2. Como o BID da CBF apresenta distrato com o Palmeiras em dezembro/2015 e ainda mostra a transferência entre Monterrey e Vitória?
  3. Se o jogador estava vinculado ao Palmeiras, será que o time paulista pagou o salário dele esses dois meses?

Os fatos mostram algo ainda pior do que uma simples contratação fora do tempo.

CBF, FBF e Vitória podem estar cometendo alguns crimes. Isso pode implicar falsidade ideológica, inclusive na esfera desportiva, em relação aos artigos abaixo:

 

O documento da CBF alega que o contrato foi entre o Palmeiras e o Vitória, portanto, ainda que eles tenham usado o mesmo ITC (algo que já não existe qualquer previsão de reutilização de ITC nas Regras da FIFA ou CBF), jamais poderiam considerar “transferência nacional”, pois, além do time paulista não ser detentor dos direitos do jogador, nem emprestado ao clube ele estaria mais, segundo o BID.

Se tem ITC, e permanece ativo o TMS do Palmeiras, então todo o estatuto de transferência da FIFA foi maculado. Pelo Vitória, que estava obrigado a preencher de maneira fidedigna o TMS e pela CBF, que não poderia considerar concretizada a transferência internacional. Considerar uma transferência entre o Palmeiras e o Vitória, quando o Palmeiras não detinha nem o empréstimo do jogador é inaceitável. O próprio BID denuncia a fraude. 

No BID estava o retorno dele para o Monterrey no dia 16/03 e no dia 18/03 do time mexicano para o baiano no dia 18/03.

Dia 16/03, foi um dia único na história do Futebol. Victor Ramos esteve inscrito em 3 times ao mesmo tempo. Para a FBF ele era jogador do Vitória, para a CBF do Monterrey e para a FIFA estava no Palmeiras.


O certo é que eliminação do Campeonato Baiano começa a parecer muito pouco para o tamanho do cambalacho. O Vitória está com jogador em situação de contrato totalmente ilegal. A Federação Baiana de Futebol está sendo conivente com algumas irregularidades. E até a CBF parece estar envolvida, já que a FIFA, órgão máximo do futebol, está sendo enganada no seu sistema.

Mas tudo está nas mãos do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia. E obviamente, essa vergonha, não ficará sem nenhuma apuração. E que os culpados apareçam e sejam punidos exemplarmente. 


Veja o documento:




Por Erick Cerqueira

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