Transição Base x Profissional – Eu faria diferente.

A importância de se utilizar das divisões de base para montar nossos elencos já foi discutida uma infinidade de vezes aqui no blog, penso ser senso comum que só fazendo bom uso da base podemos almejar um crescimento “sustentável” de nossos clubes. Em muitas discussões sobre o assunto, o fato de que muitos jogadores aparecem bem e mostraram talento nos torneios de base mas não vingam no profissional nos dá a impressão de que a culpa pelo baixo aproveitamento dos “da casa” se deve a uma má transição Base x Profissional. A meu ver, esse trabalho já começou errado no Esporte Clube Vitória para a temporada 2016, explico:

Esse ano me pareceu um ótimo ano para estruturar o elenco baseado em nossos prata da casa, afinal no primeiro semestre o Leão só disputará o Baianão e as primeiras rodadas da Copa do Brasil, de forma que terá um calendário enxuto e com vários jogos “menores”, com menor pressão e exigência técnica, de forma que a comissão técnica teria tempo e tranquilidade para montar o time. A temporada de 2015 termina com Flávio, David, Marcelo e Rafaelson como “reservas imediatos”, imagino que todos eles pensavam ganhar espaço em 2016, afinal, Rayner, Escudero, Pedro Ken e Elton, justamente os titulares em suas posições, não permaneceram. Mas ai a comissão técnica “passa na frente” Tiago Real, Alípio, Marinho e Willian Farias.

A meu ver os remanescentes de 2015 ainda não estão prontos para serem titulares durante toda a temporada, porém nenhum dos que chegaram são jogadores indiscutíveis, reforços que já chegam como titulares absolutos. Acho até que Marinho vai acabar sendo nosso principal atacante, Tiago Real vai crescer bastante com Mancine e Alípio foi uma boa aposta da diretoria, só que se não for no Baiano contra Jacuipenses e eteceteras quando é que os garotos serão testados? Quando vão ter sequência? Quando o time vier de resultados ruins, escalados como última esperança? Junto a isso tem o fato de que os da base são jogadores do Vitória, vendo do banco jogadores de outros clubes fazerem nome em cima dos semi-profissionais do Baianão.

Já que “os titulares” de 2015 não ficaram, eu os alçaria a essa condição, dando a eles a oportunidade de mostrarem que podem permanecer no time, com a sombra desses “reforços” para motiva-los. Nesses “jogos menores” eles teriam um tempo precioso com uma pressão menor da torcida para errar, serem vaiados e depois um ou outro perna de pau pra driblar, fazer um golaço e serem aplaudidos, ganhando canja, experiência. Esse povo que chegou teria que correr ainda mais pra mostrar que podem jogar, entrariam no segundo tempo para fazer mais do que o titular havia feito com o receio de passar mais um ano “sem destaque” e perder ainda mais mercado, afinal, sendo bastante franco, foi justamente por ter tido um 2015 assim que alguns deles (Willian Farias e Marinho) vieram para cá.

Enfim, torço para que Mancine, que me surpreendeu em 2015, repita a dose. Que ele tenha um plano para esses garotos da base e que a diretoria esteja atenta a isso.

Victor Souza

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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