Presidente do Vitória faz criticas aos conselheiros do clube

Ontem no final da tarde, em nota publicada no site oficial, o Esporte Clube Vitória, através do seu presidente Raimundo Viana, e o vice-presidente, Manoel Matos, convidaram toda a imprensa para um pronunciamento nesta sexta-feira (10), às 10h30, na sala de imprensa do Barradão. Na ocasião não mencionava a nota qual o assunto seria tratado, abrindo um leque imenso de expectativas. 

Seria a renovação de contrato do meia Escudero? Algo ligado ao Markentig e a pré-convocação seria uma manobra para criar suspense. Seria um pronunciamento acerca da utilização do nome VICE pelo site oficial do Bahia. Pois bem, o pronunciamento foi feito e uma carta divulgada onde repudiou as atitudes de alguns conselheiros rubro negros criticando o presidente do Conselho Deliberativo, José Rocha.

Veja a carta abaixo 

Confira o pronunciamento na íntegra:

Agradeço a presença de todos à essa coletiva que convoquei para falar sobre acontecimentos relacionados à forma como tem sido conduzido o processo de reforma do estatuto pelo presidente e vice-presidente do conselho deliberativo.

Registro inicialmente que o meu silêncio a esse respeito decorreu apenas da necessidade de evitar que houvesse qualquer interferência no nosso foco, atrapalhando o trabalho desenvolvido para o nosso retorno a elite do Futebol Brasileiro, com resgate da estima de todos os verdadeiros rubro negros, além da realização de outros tantos projetos também importantes.

Entretanto, jamais me distanciei dos problemas e nem me passou desapercebida a ação de alguns que de forma mesquinha, desde o inicio, torceram pelo insucesso do Clube, como por exemplo marcando reuniões em datas após jogos, à espera de resultados adversos para criar ambiente de conturbação.

Presenciei absurdos praticados pela presidência do conselho, tanto em desrespeito ao estatuto, como na maneira descortês, hostil e truculenta como eram tratados os conselheiros, ao terem suas manifestações impedidas quando tentavam apenas mostrar discordância com a condução desse processo, inclusive atropelando decisões do próprio conselho.

Em face de resistência dos condutores do processo, não lograram êxito as várias tentativas para que esses problemas fossem resolvidos, com a correção de equívocos e o reestabelecimento da convivência regular e respeitosa no âmbito do conselho deliberativo.

Diante desse quadro não há mais como silenciar.

Lamento profundamente que essas pessoas não tenham tido consciência da dimensão e importância de nosso Clube, ao conduzirem essa matéria de forma irregular, atropelando seu estatuto ao ignorarem procedimentos, quorum de reuniões e deliberações, além de afrontarem o colegiado legitimamente eleito, tudo isso a partir de alterações na comissão de reforma, arbitrariamente e de forma unilateral, inclusive com a exclusão e inclusão de nomes, chegando ao cúmulo de colocarem pessoas completamente alheias ao Clube, mostrando com isso o descontrole e o claro objetivo político da reforma.

Não é sequer razoável e por isso inaceitável que se transforme a reforma estatutária de nosso Clube em instrumento de promoção pessoal ou em projeto de poder, enganando associados e torcedores, tentando se passar por democratas, embora violentando princípios seculares como a liberdade de opinião e de livre manifestação.

É importante que se tenha estatuto que permita ao nosso Clube buscar uma administração cada vez mais moderna, profissional, transparente e eficiente, o que não ocorrerá com certeza através de expedientes e propósitos para transformá-lo em cabide de empregos para servir de barganha eleitoral.

Modernizar o clube é investir na qualificação de nossos profissionais, na recomposição de nossos quadros com executivos de comprovada competência, na permanente melhoria da gestão em todos os seus setores, além de também investir em tecnologia da informação, ou seja, modernizar é fazer a revolução silenciosa que a direção vem fazendo, mostrando um clube que mudou e que continua mudando para melhor a olhos vistos.

Estou absolutamente convencido de que a proposta de reforma apresentada por comissão que carece de legitimidade, não deve prosperar também não apenas por atropelar regras básicas de natureza procedimental previstas no nosso estatuto, como também porque sugere regras consagrando retrocesso que depõe contra o elevado conceito do nosso Clube, tais como a reeleição indefinida para a cúpula do conselho deliberativo, com uma comissão de ética sem independência e um conselho fiscal sem ampla autonomia ou, então, com a supressão de temas tão caros como a exigência de ficha limpa para candidatos ao conselho ou a proibição do exercício de cargos dentro do clube para fins político eleitoral.

Ressalte-se que foram quase 500 (quinhentas) emendas apresentadas sem acatamento pela comissão e que, depois, não foram levadas pelo presidente, como deliberado antes, a discussão e votação no conselho, o que revela de forma vergonhosa como a sua presidência do conselho ignora não apenas o estatuto do Clube como os seus próprios pares, a ponto de gerar de publico manifesto de repúdio pela quase totalidade do colegiado, tornando ilegítima essa direção.

Tranqüilizo todos os fãs, torcedores e sócios do nosso querido Vitória que os conselheiros na última reunião do conselho, por aclamação, assim como eu também aprovaram as eleições diretas, não havendo espaço, portanto, para a ação de qualquer demagogo.

Ressalto ainda que o Clube está conduzindo normalmente sua vida, continuando seu processo de modernização e de montagem de seu grupo para os desafio da Série A e sem a menor preocupação com a zoada de quem se dizendo Vitória, fica tentando de forma raivosa, vingativa, rancorosa e com imensa inveja, desestabilizar a sua administração com a inútil tentativa de se apoderar do seu comando em benefício próprio.

Aliás, felizmente, essa gente por certo já não se deu conta – e aí vem a perversa política de quanto pior melhor – de que essa tal reforma poderá ser alvo de questionamentos que poderão trazer insegurança jurídica, afetando a captação de recursos, a atração de patrocinadores e a requalificação de nosso grupo de atletas.

Ademais, declaro que não hesitarei em lutar, com todas as forças, para que o Vitória não se transforme em palanque ou trampolim político para nenhum aventureiro.

Finalmente, declaro que tenho consciência das minhas atribuições e as cumprirei com rigor, procurando cada vez administrar melhor o nosso Clube, inclusive fazendo cumprir deliberações de seus demais poderes, assim como fazendo respeitar o seu estatuto e regulamentos contra quem quer que seja.

RESUMO

1. Os assuntos relativos a reforma estatutária estão localizados no âmbito do conselho deliberativo, envolvendo seu presidente e vice-presidente;

2. O presidente do Vitória vem manifestando reiteradamente sua posição a favor de eleições diretas, assim como os conselheiros que por aclamação, na ultima reunião, assim decidiram;

3. O presidente declarou que tem consciência de suas atribuições e que se utilizará de suas prerrogativas para defender os interesses do Vitória;

4. A administração do Clube continua absolutamente normal com a sua preparação para os grandes desafios de 2016.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário