Técnico do Bahia volta pedi paciência com a base

Se algo foi importante no triunfo do Bahia hoje à noite, foram os três pontos do já conhecido e minguado/sofrido 1 x 0 como foi em casa contra Oeste, Ceará, Paraná, Luverdense, Macaé, triunfos ambos de 3 x 2 para Bragantino e CRB, isto que recorde, no entanto, vale dizer que toda essa dificuldade foi potencializada pela pouca seriedade que foi tratado o quesito contratação pelo departamento de futebol do Bahia. 

Insisto. Não se preparou de forma adequada para um torneio de tamanha importância para a saúde moral e financeira do clube e hoje segue impondo aos seus torcedores um suplício a cada jogo, como sofrimento e incerteza fosse ingrediente de nativo para qualquer jogo do Bahia mesmo atuando contra times menores, de baixo orçamento e completamente descompromissado com o resultado.

Ao final do jogo, o técnico Charles como qualquer técnico de futebol viu o jogo diferente, observou um Bahia forte e equilibrado e vendeu seu peixe como qualquer um. Pediu paciência com os jogadores da base ao afirmar que eles não vão resolver os problemas, sim ajudar a resolvê-los Voltou a tecer elogios ao zagueiro Gabriel na entrevista coletiva reportada pelo pessoal da Globo ponto com

– Se todo jogo eu fizer um gol e não tomar nenhum, está bom. Se ganhar todo jogo de 1 a 0 é bom. Claro que é muita emoção [risos]. Claro que a gente quer um resultado mais folgado, o torcedor quer festa. A gente sabe do sofrimento do torcedor, do desejo que eles têm. Mas parabenizo o torcedor, nós finalizamos 15 vezes e não lembro de uma defesa de Douglas. Acho que seria injustiça muito grande se esse resultado dos três pontos não viesse.

– Mesmo o resultado não sendo o que a gente queria, em momento nenhum desordenamos. Tivemos o tempo todo a equipe equilibrada. Teve um jogador que foi [bem], o Maxi, elogiei ele no vestiário. Equipe forte, vencedora, se faz assim, com equilíbrio. Não acredito em time extremamente ofensivo ou defensivo, mas equilibrado.

Mas, em meio a tanta festa, alguns jogadores não tiveram um desempenho tão bom e sofreram algumas vaias dos torcedores: João Paulo Penha e Railan. Para Charles, a torcida precisa ter mais paciência com os mais jovens.

– A torcida do Bahia, já falei em algumas entrevistas, acho que ela gosta muito do pessoal da base, mas tem pouca paciência. Ela precisa de paciência. São garotos em formação. Railan só vai conseguir melhorar jogando. O João me ajudou bastante na parte tática hoje, assim como em São Paulo [na última rodada, contra o Oeste]. Ele cumpriu a função em São Paulo, marcando o lateral do Oeste e hoje a mesma coisa. Realmente, na parte tática foi bem, mas na ofensiva deixou a desejar. Na hora que a torcida ameaçou vaiar o João Paulo, eu pedi calma. Na hora que ele saiu, que fui substituir, a torcida aplaudiu ele. Vou pedir encarecidamente que tenham mais calma com o pessoal da base. Eles fazem parte de um contexto, não vão resolver os problemas, mas ajudar a resolvê-los. Não estou falando que tem que cobrar mais ou menos de um ou outro, mas tem que ter paciência com essa garotada. É ter calma. As coisas estão acontecendo.

– Não vou dizer que foi o melhor [jogo do Bahia na Série B]. Claro que hoje a gente teve uma consistência melhor. Mas acredito muito no equilíbrio da nossa equipe. Criamos muito por isso. Claro que precisamos melhorar. Gosto muito de triangulação, ultrapassagem e a gente tem feito pouco. A gente precisa ter um pouco mais de paciência. Claro que, para dez dias de trabalho, tivemos uma resposta positiva. A gente espera que possa, a cada dia mais, evoluir.

– Desde quando Gabriel chegou ao Bahia, vi sempre potencial nele. Bola aérea dificilmente ele perde e nós estávamos tendo alguma dificuldade na bola aérea. Primeiro pensei na bola aérea e na capacidade técnica dele. Gabriel, quando aconteceu aquela situação do Sport [quando ele falhou em um dos gol], as pessoas não queriam mais ver ele aqui. Mas não pode crucificar o jogador por um momento. O grupo pediu por ele. E ele, quando teve aquela situação, só fez trabalhar. Quando assumi, disse que ia dar oportunidade a ele, mas trabalhe calado, mostre dentro do campo. O futebol, às vezes, você não precisa conversar muito não. Dê moral ao jogador.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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