Chegou a hora de mostrar se o Bahia tem um líder!

Uma decisão delicada – demitir o treinador faltando oito rodadas e o time, a meu ver, necessitando vencer duas partidas entre as três seguintes para que os jogadores não entreguem os pontos de vez -, mas inevitável. A decisão sobre se Charles fica ou contrata outro é irrelevante diante da precariedade da situação e do tempo que resta para corrigir tecnicamente o time no campo. Fala-se de 8 partidas, mas, a não ser que eu esteja completamente enganado, serão as 3 imediatamente vindouras as decisivas para as pretensões de subir.

 O presidente Marcelo Sant’Anna precisa agir como o Líder do Esporte Clube Bahia e, nesta condição, ele precisa negociar apoios, porque há ainda chances reais de subir, mas, para mim, alguns apoios nesta fase serão imprescindíveis.

Precisa do apoio dos jogadores, muito mais do que da torcida, e, para conseguir isso, ele deve apoiar incondicionalmente os jogadores. Ele precisa convencer os jogadores de que a situação é difícil mas não incontornável, sobretudo porque os jogadores e o presidente estão jogando juntos, isso é o que ele deve mostrar.

Precisa bater às portas dos meios de comunicação e dos jornalistas pedindo o apoio irrestrito nesta fase da competição.

Precisa aproximar-se das organizadas e fazer o que for possível para assegurar a presença maciça delas nos jogos que faltam em casa. Gostem ou não alguns torcedores, os jogadores de qualquer time no Brasil identificam-se mais com as organizadas do que com a torcida comum, porque, em geral, o apoio a eles quando as nuvens escurecem vem dessas torcidas. Além disso, as organizadas fazem o espetáculo dentro do estádio animando os jogadores e os demais torcedores e apoiam o time até o final da partida. Neste momento, o Esporte Clube Bahia necessita mais do torcedor “coletivo” do que do torcedor individual ( este com certeza vai apoiar o time, porque não tem alternativa e não necessita de apelos; qualquer dirigente que acredita que seu apelo foi a causa de o torcedor comum ir ao estádio está tendo delírio megalomaníaco).

Mas todas essas medidas têm de ser tomadas direta e pessoalmente pelo presidente, e não por algum emissário ou através de notas apenas. Marcelo Sant”Anna, a partir de agora, deve ser durante as 24 horas do dia presidente do Bahia e apenas isso. Qualquer outra tarefa, mesmo da vida pessoal, tem de ser posta em segundo plano. Se marcou compromisso com os jogadores, com os jornalistas, com os líderes das organizadas ou com qualquer outro que seja relevante para a empreitada não deve chegar atrasado nem, muito menos, adiar o encontro, seja qual for a alegação. Ele deve mostrar a todos estes potenciais parceiros que ele mesmo está inteiramente comprometido com a ascensão do Esporte Clube Bahia.

A liderança é um função que não tem como ser delegada. É a hora de Marcelo Sant”Anna mostrar que o Bahia tem um líder. O Esporte Clube Bahia ainda não está liquidado.

Dinensen

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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