Futebol e Economia Nacional: Mitos e Crenças.

Meus amigos, mais uma vez estamos aqui para trilhar pelos áridos caminhos da bola. Com respeito ao que nos concerne, a aridez referida se soma à pobreza de futebol, qualidade e ideias. Talvez possamos suportar a inanição por um certo período, mas facilmente sucumbiremos se à ela aliarmos a falta de esperança, a falta de ideias, a falta de planos. Esmiuçando, se não vislumbramos um caminho a seguir, o medo derrota a esperança.

Vou começar tentando traçar uma analogia entre um aspecto do quadro atual de nossa economia com o futebol. Nós estamos atravessando uma grave crise fiscal. Imagino que isto seja um fato inquestionável para todos. Segundo especialistas, o governo gastou com subsídios e empreendeu inúmeros projetos sem a necessária precaução de ter fundos para pagar por eles. Tinham a ingênua (ingênua?) crença, nossos competentes mandatários, que o país cresceria eternamente e que a arrecadação acompanharia este compasso. Resultado, a crise econômica chegou, bateu forte na economia e o nosso (não votei nela, mas se é do país, então é nosso!) governo enviou para o congresso um orçamento deficitário (pela 1ª vez na história deste país!) em 30 bilhões reais. Um dos fatos mais interessantes (creiam, existem outros. Não vou nem falar em corrupção.) é que 124 bilhões reais que no orçamento são considerados como receita, na realidade, dependem da aprovação de uma emenda constitucional para efetivamente existirem… Ou seja, o buraco pode ser maior (é maior!). Além de falta de credibilidade, o governo está sem ideias. Coisas que parecem inacreditáveis para alguém considerada uma super e muito competente gerente. Mas, no frigir dos ovos, pode-se sempre usar o mesmo bordão: Eu não sabia de nada! 

Queria, de antemão, que os amigos e toda a sociedade me desculpassem pelo parágrafo acima. Desculpa esta que se faz necessária, sob pena de ser considerado da elite branca e inimigo da pátria…

Como diria o outro, voltando à vaca fria, o nosso futebol sofre hoje as consequências deste mesmo desvario administrativo-financeiro. No passado, gastamos demais e de forma equivocada. Hoje, temos a perversa combinação de dívidas enormes e dirigentes sem ideias (amigos, quando digo sem ideias, eu quero dizer sem ideias factíveis ou capacidade de empreendê-las a bom termo). 

Este panorama deságua na nossa situação atual. Entra ano e sai ano e precisamos construir um time inteiro ou boa parte dele a cada início de temporada. Jogadores contratados que não aprovam, processos na justiça e a bola de neve crescendo e crescendo. Imaginem vocês que estamos sofrendo em uma serie B que não possui nenhum time mais qualificado. De outra forma e para não curto-circuitar meus neurônios, só posso imaginar que na rodada da última terça-feira, O Esquadrão tricolor venceu com esforço ao Estrela de Burarest e o Leão, após muita luta, sucumbiu perante a Juventus de Turim. Neste diapasão, temos duas opções: Loucura ou piléria.rsss 

Como me questionou um amigo tricolor outro dia: “Por que nós não temos competência em prospectar jogadores em outros países da América do Sul e Central e temos que contratar jogadores fracos, já rodados e que ganham muito e rendem pouco?”. Eu respondi a ele que encontrar estes jogadores seria ótimo, mas resolveria somente uma parte do problema. Precisamos é por em prática o real planejamento do futebol. Trazer jogadores que possam atuar pelas nossas equipes por vários anos, boa integração com a base, de forma a permitir a construção de elencos entrosados e com uma mínima identificação com nossas camisas. 

Imagino que cada um pode avaliar o estado atual das coisas e a distância que temos que percorrer para chegarmos ao patamar descrito acima. Cada clube terá seus desafios e percalços para lograr tal êxito. Espero somente que as coisas não sejam tratadas justamente como são feitas pelos nossos governantes. Ou seja, os problemas não são nunca efetivamente resolvidos, mas as promessas e a propaganda são, sem dúvida, de 1º mundo. 

Sds Rubro-negras do Vitória da Bahia, já não mais líder da série B, mas ainda na luta, já o vice…

Filba 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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