É interessante que o Bahia tem o ataque mais positivo da série B, e se está mal é, principalmente, pelo desempenho pífio da nossa zaga. Os analistas profissionais indicaram o caminho das pedras e martelaram até que toda a torcida se voltou contra o nosso técnico: a solução seria a escalação de Pitoni.
Depois de muito apanhar, Yuri, o nosso melhor marcador do meio foi sacado e eis que o paraguaio foi escalado. O canto da sereia era que o time melhoraria o seu poderio ofensivo com o passe longo e qualificado do jogador. Fico a imaginar como um primeiro volante pode ser tão decisivo em relação à produção ofensiva de um time, haja bola loooooonga! (risos). Fico a procurar nos melhores momentos do jogo por onde andou essa tão falada bola, mas não consegui enxergar. E o que foi que vi? Foi Kieza lutando como um louco e achando duas bolas, em um cruzamento de Thiago Real e a outra jogada em que ele colocou o atacante Roger “de cara com o Paraíso”.
Assisti a uma resenha na TV no horário do almoço, e a saída de um detrator sistemático do trabalho do técnico, sempre permeado pela frase: “não acho que ele deva ser demitido”, e tome-lhe pau! (risos), ou seja, o treinador não presta, mas se você o demitir, também estará agindo mal, uma clássica sinuca de bico para o presidente democraticamente eleito.
Ninguém observou que os dois gols sofridos pelo tricolor foram em penetração pela entrada da área, e os nossos volantes nem apareceram na fotografia? Estavam há quilômetros do lance, afinal, para quê proteger a entrada da grande área? Mas não precisamos melhorar a proteção à nossa zaga, precisamos de Pitoni… e o mantra se repete.
Já para o Vitória, no mesmo programa, elogiavam ao técnico por escalar Amaral, pelo seu poder defensivo em detrimento de Marcelo Matos, e a bancada dizia: “-Pimeiro a defesa!”, “gosto de Amaral por ser um volante pegador, está com a auto estima alta, a ponto de até ajudar o time em alguns lances no ataque também”.
E a incoerência?
Ramon – Torcedor do Bahia e amigo do BLOG