Vitória da Conquista, caiu, mas caiu de pé

Caiu de pé o time do Vitória da Conquista, de pé porque foi guerreiro, porque jogou muita bola durante o campeonato inteiro, porque chegou a final do campeonato invicto, caiu de pé porque ainda invicto disputou a finalíssima longe de casa, o que não dá para entender, como pode ser o único invicto e disputar a final fora de casa, o regulamento do Campeoanto Baiano precisa ser revisto, algo precisa ser feito para tornar esse campeonato mais justo.

Pela sua história, pela sua torcida, pela sua importância no futebol e até pela grana que o Bahia gasta para montar um elenco caríssimo, qualquer posição abaixo do 1o lugar num campeonato disputado por equipes de folha salariais abaixo da realidade do Bahia é meio que vergonhosa. Só a renda da final hoje cobriria a folha do Vitória da Conquista sem dificuldade. Mas ainda assim o Bahia veio aflito para a final, precisando de três gols. Isso indica claramente que algo muito errado vem sendo feito no futebol do Bahia.

E todo conquistense tem o direito de ficar muito puto pelo resultado desastroso em Salvador, não é brincadeira viajar com a taça na mão e deixar em Salvador, da maneira que deixou. O Bahia entrou em campo sabendo que o Conquista ia esperar em seu campo e tentar enterrar o Bahia no contra ataque. E o que fez o Conquista não foi bem o que segue o protocolo, nem ficou nem partiu pra cima, ficou vulnerável. O Bahia que tem uma defesa fraca e não tem um ataque poderoso aproveitou da falta de experiência do time conquistense, e foi pra cima, os guerreiros conquistenses faziam o que podiam com o pouco que possuí e na naturalidade que fez todo o campeonato, a diferença dessa vez, me parece é que as pernas estavam tremendo, era uma final inédita, um grande estádio com um grande público.

O primeiro tempo foi uma boa dica para o treinador conquistense entender que o que faltava ali era um toque de experiência – porque futebol o time já havia mostrado que tinha, já tinha sido duas vitórias diante do Bahia só nesse campeonato. Que tinha o Paulo Almeida, que não entrou. Time que toma 3 no primeiro tempo, na circunstância do jogo não desce pra vestiário. A conversa é ali mesmo, absorvendo o ambiente, olhando pra torcida conquistense presente, era só isso. Mas o Conquista que perdeu o campeonato por 6 gols não merece cornetagem, pois foram guerreiros.

É lógico que preferíamos ver o ECPP sendo campeão, mesmo jogando mal. Mas a torcida deve ter a humildade de perceber que perder dessa maneira, com uma linda campanha, suando a camisa e na casa do adversário que tem uma folha salarial de meia dúzia de reservas que pagaria o time do conquista inteiro não é vergonha pra ninguém. Não é só por isso, claro, mas são essas diferenças sensíveis que comprovam a cada dia que o Vitória da Conquista é mesmo a terceira força do futebol baiano.

Parabéns, Vitória da Conquista. Parabéns, torcida conquistense. A vontade de gritar É campeão! é quase irresistível, mas ainda não foi a hora. Mas estamos quase lá. O resultado que o time leva de Salvador é daqueles blindados, à prova de qualquer outro evento dessa grandeza. O que faltou hoje para esse grupo, não falta mais nunca, porque volta na bagagem de cada um, inclusive da torcida. Todos levam a experiência, que hoje provou, que ganha campeonato. Que permaneçam todos focados no projeto chamado ECPP VC. E na humildade máxima. Foi assim que esses 10 anos foram tão bem escritos.

Danilo Pereira torcedor do Vitória da Conquista e amigo do BLOG 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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