Quando era pequeno, achava emocionante e uma tortura ouvir jogo pelo rádio. Ao mesmo tempo em que a emoção do locutor exacerbava tudo que o ouvinte escutava, a aflição de não estar vendo era desesperadora. Foi assim na partida do Bahia contra o Nacional, sem ser televisionado (nem pelos canais fechados, o que é um absurdo, uma vergonha) foi o jeito “voltar” ao passado e escutar pelo rádio. Não chegou a ser tão desesperador por ser estreia de Copa do Brasil, lá em Manaus, com um time totalmente composto por reservas.
Bem, vamos ao que deu pra absorver. Nos primeiros 45 minutos, jogo truncado, o Bahia foi pouco vulnerável, Douglas Pires só trabalhou em lançamentos de bola na área. O Esquadrão pressionou nos minutos iniciais, depois dos 25 minutos o ritmo caiu e o time do Naça conseguiu equilibrar a partida, mas não levou perigo em nenhum momento para o arqueiro tricolor. Sem muitas emoções, a primeira etapa terminou num merecido 0 a 0.
Destaque para as boas atuações de Tchô e Zé Roberto, e a estreia do meia Gustavo Blanco, formado na base tricolor, surpreendendo a todos, pela escalação, que não era esperada, e pelo bom futebol apresentado, boa novidade, jogador para ser analisado com carinho. Aos 17 minutos, Willians perdeu a melhor oportunidade da primeira etapa, parando na boa defesa do goleiro Rodrigo Ramos.
No segundo tempo, o jogo seguiu movimentado, mas com poucas chances de gol para ambos os lados, aquele típico jogo que a gente reza para terminar logo. Aos 9 minutos, Zé Roberto recebeu na área e finalizou forte de canhotinha, a bola malvada saiu tirando tinta beijando a trave. Nos minutos finais, o Nacional melhorou e pressionou o Bahia.
O time amazonense teve a melhor chance do jogo de balançar as redes na segunda etapa, aos 28, após cruzamento, Lídio sozinho inacreditavelmente mandou na trave. Aos 37, o Bahia respondeu com Rômulo, o meia recebeu livre e mandou em cima do goleiro do Naça. Aos 42, foi a vez do paredão Douglas Pires salvar após chute de Leornado, bem posicionado, o arqueiro praticou excelente defesa, segurando o zero no placar.
RESUMO:
O jogo em si não foi tão animador, partida fraca tecnicamente, difícil de ouvir, imagine de assistir. Por ter jogado com um time alternativo, pouco tempo para treinar, falta de entrosamento, etc e tal, o resultado acabou sendo satisfatório, principalmente pela pressão exercida pelo time amazonense nos minutos finais, colocando bola na trave e fazendo o goleiro Douglas Pires trabalhar. O Bahia até empolgou no início do primeiro tempo, tentando criar jogadas de ataque, mas depois o ritmo caiu, a perna não aguentou, e mesmo com time todo reserva mesclado com garotos da base e mostrando claros sinais de cansaço, conseguiu segurar o 0 a 0, e agora aguarda o jogo de volta, em Salvador.
Fellipe Costa