Eu sempre prezo que o mais importante num time, além de uma ‘espinha dorsal’ formada e um esquema de jogo definido, é ter um elenco competitivo e comprometido. Não só os 11 que entram jogando são essenciais para equipe, mas também quem vem do banco de reservas.
Quem está no banco, precisa estar preparado e motivado para entrar no decorrer de uma partida. No Bahia, quando os titulares não dão conta do recado, os suplentes resolvem. Não é fácil manter um grupo de jogadores focados, e quando isso acontece, é porque o trabalho está sendo bem feito.
Primeira partida do Bahia no ano, amistoso internacional contra o Shakhtar, o atacante Zé Roberto saiu do banco de reservas para marcar os dois gols da virada tricolor sobre os ucranianos. Era apenas um amistoso, tudo bem, mas foi importantíssimo para o jogador ganhar confiança e espaço com o treinador.
Nos últimos jogos do Bahia, uma substituição se repete quase como uma superstição. Quando o time está atrás do placar, Sérgio Soares abdica quase sempre de um jogador do meio de campo e coloca no gramado o predestinado Zé Roberto, de 21 anos.
Contra o Globo-RN, fora de casa, Bahia perdendo por 1 a 0, o atacante entrou no segundo tempo e deu dois passes para gols de Maxi Biancucchi. Na última quinta-feira, quando o Tricolor perdia por 1 a 0 para o CRB, a modificação mais uma vez surtiu efeito. O gol do empate nasceu após jogada de Zé Roberto pela esquerda, concluída por Kieza, de letra.
O poder de decisão rendeu a Zé Roberto o apelido de “talismã tricolor”, um amuleto da sorte, deixando um ponto de interrogação na cabeça do treinador. Isso mostra a importância de termos um elenco qualificado, principalmente para Série B, competição longa, calendário curto e sempre surgindo problemas com lesões e suspensões. Portanto, ainda precisamos reforçar alguns setores, prioridade para as laterais, e assim poderemos lutar com força pelo acesso à elite do futebol brasileiro.
Fellipe Costa