Galicia x Bahia, um clássico que tem história

Em artigo bem feito, elaborado com zelo, capricho e, sobretudo,  com notável carinho, aliás, característica comum e habitual do responsável pelo do site oficial do simpático Galícia Esporte Clube, onde o clássico entre Bahia e Galicia é tratado como o clássico das cores, e retratado em pormenores quando lembra que o primeiro jogo do Bahia após conquistar o seu segundo titulo brasileiro, foi justamente contra o Galícia e o time azulino, fazendo jus a fama de demolidor de campeões aplicou 1 x 0 para tristeza da então entusiasmada torcida tricolor. Portanto, cuidado Bahia e Arriba, Galícia!

Veja detalhes
O jogo entre Galícia e Bahia, válido pelas quartas-de-final do Baianão 2015, a ser disputado no próximo domingo, às 16:00, no estádio de Pituaçu, vem despertando grande interesse nos meios esportivos baianos, por reunir dois dos mais tradicionais clubes do estado, no chamado Clássico das Cores.

Galícia e Bahia, fundados respectivamente em 1933 e 1931, têm uma longa história de mais de 80 anos de confrontos, remontando a 16/08/1934, quando o Bahia venceu, no antigo Campo da Graça, o primeiro jogo entre as duas equipes, pelo placar de 3 x 1, no primeiro turno do Campeonato Baiano. No jogo do returno, uma nova vitória do tricolor, desta vez, por um placar mais apertado: 3 x 2. O Bahia viria a conquistar naquela competição seu terceiro título estadual.

A primeira vitória do Galícia veio no ano seguinte, em 01/08/1935, por 2 x 0, também pelo primeiro turno do Campeonato Baiano. No returno, o Galícia venceu novamente, e, desta vez, por goleada: 6 x 2. Naquele ano, o Galícia foi vice-campeão estadual pela primeira vez (ficou atrás do Botafogo) e começou a justificar o apelido que mais tarde seria popularizado: Demolidor de Campeões.

Década das Cores

Os dez anos que se seguiram, entre 1936 e 1945, viram uma dominação arrasadora de Bahia e Galícia no futebol estadual. Em uma década, o tricolor conquistou cinco títulos e um vice-campeonato, enquanto o Azulino foi campeão por quatro vezes e vice nas outras seis ocasiões. Em 1941, 42 e 43, o Galícia tornava-se o primeiro tricampeão baiano.

Naqueles dez anos, Azulinos e Tricolores enfrentaram-se nada menos que 27 vezes pelo Campeonato Baiano, com 13 vitórias do Galícia, 4 empates e 10 vitórias do Bahia, mostrando o equilíbrio entre as duas principais forças estaduais.
Momentos eletrizantes

O Clássico das Cores, outrora a partida mais importante do Estado, acabou perdendo  prestígio com o passar dos anos, sendo gradativamente suplantado pelo clássico BA x VI. Mesmo assim, o encontro entre Galícia e Bahia continuou reservando momentos eletrizantes, como na decisão do título de 1967, quando o Bahia derrotou o Granadeiro por 1 x 0 numa Fonte Nova lotada, em um jogo que contou com uma arbitragem polêmica do nacionalmente conhecido Armando Marques.

Em 1980, um Galícia embalado por talentos como Washington, Pirulito, Róbson e Esquerdinha, despachou o então heptacampeão estadual Bahia por 3 x 1 na mesma Fonte Nova. Foi um ano em que o Granadeiro sagrou-se vice-campeão estadual, atrás apenas do Vitória, conquistando assim uma vaga para a Taça de Ouro (a Série A nacional de então), e relegando o Bahia à Taça de Prata, equivalente à Série B.
1989 – Demolidor do Campeão Brasileiro

Em 1988, o Bahia sagrou-se Campeão Brasileiro pela segunda vez em sua história, com um célebre time comandado pelo craque Bobô. Embalado pelo título nacional, o Tricolor começou o Campeonato Baiano de 1989 cheio de otimismo, por ter demonstrado que tinha uma das mais fortes equipes do país.

Porém, na sua estreia no Baianão, em 12/03/1989, na Fonte Nova, tendo pela frente o histórico rival, sofreu uma vez mais o dissabor de ser derrotado pelo Granadeiro. O placar de 1 x 0 para o Galícia não deixou dúvidas para a numerosa torcida do Bahia presente ao estádio para receber o seu time no retorno às competições oficiais depois do título brasileiro: do outro lado, vestido de azul e branco, estava mesmo o

Demolidor de Campeões!

1995 – Cinco vezes Galícia!
O ano de 1995 também foi marcante para o Azulino no Clássico das Cores: Granadeiros e tricolores enfrentaram-se seis vezes. O Bahia, que era o vigente campeão, sentiu mais uma vez o que era ser demolido: foi derrotado pelo Galícia em cinco partidas (3 x 0, 2 x 0, 1 x 0, 1 x 0 e 2 x 1) e conseguiu empatar em apenas uma ocasião (0 x 0). O Galícia conquistou mais um vice-campeonato baiano, ficando atrás do Vitória.
O retorno do Clássico

Depois do rebaixamento da equipe Azulina em 1999, o Clássico das Cores desapareceu por uma década e meia do Campeonato Baiano. Porém, em 2014, com o a volta do Galícia à Primeira Divisão, o tradicional derby retornou com força ao Baianão, desta vez num novo palco, a reconstruída Arena Fonte Nova.

Naquela ocasião, mais uma vez, a mística do Demolidor de Campeões falou mais alto, com o Galícia vencendo de virada por 2 x 1, marcando a única derrota do Bahia na competição em que viria a se sagrar campeão. Já no jogo seguinte, em Pituaçu, o Tricolor devolveu o placar, equilibrando as coisas.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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