Beijoca: Uma lenda folclórica do futebol baiano

Nos 84 anos de história do Esporte Clube Bahia, poucos jogadores simbolizam tão bem o clube como Jorge Augusto Ferreira Aragão, imortalizado para sempre sob a alcunha de “Beijoca”, apelido que ganhou, acredite, por mandar beijinhos nas comemorações dos gols que fazia. 

Beijoca passou sete anos no Bahia (69, 70, 75, 76, 77, 78 e 84), quando conquistou seis títulos baianos (70, 75, 76, 77, 78 e 79), marcando 106 gols, o que fazem dele o 11º maior artilheiro do clube em todos os tempos. 

Nascido no Pelourinho, o mais baiano dos bairros de Salvador, o atacante se tornou profissional com 16 anos, e foi promovido a equipe principal para atuar em um time que contava com ninguém menos do que José Sanfilippo, argentino ídolo do Bahia e maior artilheiro da história do San Lorenzo da Argentina.

Herói de inúmeros BAVI’s, Beijoca adorava sair do estádio no meio do povo, carregado nos braços pela torcida eufórica que descia a ladeira do Otávio Mangabeira em êxtase após os triunfos. Nos anos 70, era em sua homenagem a música mais cantada pelos tricolores antes da bola rolar: “Eu quero ver Beijoca jogando bola, eu quero ver Beijoca bola jogar”. 

O rebelde atacante nunca teve a calma costumeira dos baianos, ao contrário, era explosivo, provocador e briguento. Beijoca não tinha jeito e nem juízo, adorava farrear, fugir das concentrações e chegar de madrugada, mas, apesar da vida noturna, retribuía dentro de campo com muita raça, suor, lágrimas, bola na rede e beijinhos.      

Com seu jeito aguerrido e a incrível capacidade de fazer gols, o impetuoso atacante deixou em campo marcas que fizeram dele um atacante único, identificado e idolatrado pela nação tricolor. Irreverente, brigão, polêmico, falastrão, controverso e herói. Esse era Beijoca, personagem de histórias que o transformaram em lenda do folclore do futebol.

Fellipe Costa

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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