Presidente do Bahia é destaque no Redação Sportv

Enquanto o elenco do Bahia treinava no Fazendão, o presidente Marcelo Sant’Ana chamava a atenção em entrevista da edição desta sexta-feira (6) do programa Redação Sportv. O mandatário deu “aula” em assuntos polêmicos sobre o futebol brasileiro, foi bastante elogiado nas redes sociais, pelo presentador André Risek e o comentarista Evaldo José, que ficaram surpreendidos.  

O presidente do Bahia disse ser a favor do Bom Senso FC, elogiou o zagueiro Paulo André, que se destacou como um dos líderes, enquanto defendia o Corinthians, afirmou que gostaria de contar com o jogador em seu elenco e destacou o perfil “questionador” do novo reforço do Cruzeiro. Sant’Ana também falou sobre torcida organizada, crise no futebol baiano e os planos para futuro do Esquadrão.

Ao final do discurso, Marcelo Sant’Ana foi elogiado pelo apresentador e líder do programa, André Risek. “Muitas das coisas que o Marcelo falou aqui é a primeira vez que vejo um dirigente falar. É a primeira vez que vejo um dirigente preocupado com essa pasteurização do jogador de futebol, dele virar um produto que só fala o que o assessor manda”, encerrou Risek.

Veja a entrevista completa de Marcelo Sant’Ana ao Redação Sportv:



Bom Senso Futebol Clube: 

“Eu concordo com 80% do que o Bom Senso prega. Porque o que eles pregam, na verdade, não é nenhum absurdo. Eles pregam um calendário melhor e todo mundo quer um calendário melhor. A gente quer ir para o estádio e ter horários melhores, condições melhores, jogos melhores. É normal. Fair play financeiro, gastar dentro das possibilidades. Eu, quando assumi o Bahia, o executivo Marcelo Barros me disse: “Se você montar no futebol, uma folha salarial maior de R$ 1,5 milhão, a gente não vai pagar em dia. O Bahia não tem capacidade financeira”. Claro que a torcida do Bahia pressiona, quer um ídolo, um jogador de destaque, mas eu tenho que ser responsável. Não posso ser mais um a cometer os mesmos erros que o Bahia tem cometido ao longo da história. Além disso, entendo que atleta é o principal motor de transformação do esporte, mais do que o dirigente. Quando o atleta fala e se posiciona de maneira firme, ele muda a realidade, faz o torcedor refletir. O torcedor tem um vínculo emocional muito grande com o atleta. Hoje, tem muito assessor, muito profissional, que busca blindar e transformar o jogador em um “produtinho”. Só que ele vira um produto pasteurizado, só fala o que todo mundo fala. Então a imprensa não busca mais. O Paulo André tem o perfil de questionar a estrutura dominante. É difícil você questionar quem está no poder, porque você vai ser oprimido”. 


Torcidas organizadas:

“Durante o período de eleição não tive apoio de nenhuma torcida organizada do Bahia. Elas apoiaram um candidato que acabou ficando em segundo lugar (Antônio Tillemont). Desde setembro de 2013, o Bahia não dá mais ingressos e cortou todos os benefícios das torcidas organizadas, isso ainda na gestão passada, do presidente Fernando Schimdt. Vou manter a mesma postura. Não tenho nada contra nem a favor a torcida organizada. Eu sou a favor é do sócio do Bahia. E tenho preocupação quando marginais se infiltram em torcidas organizada. Além disso, a lógica é o contrário. O torcedor é que tem que ajudar o clube, não é o clube que tem que ajudar o torcedor”. 


Crise no Futebol Baiano:

“O produto futebol baiano tem que melhorar. Lógico que minha preocupação, minha obrigação é com o Esporte Clube Bahia. Mas, para o Bahia crescer, é interessante que seu rival (Vitória) evolua também. É melhor você ter um bolo grande para dividir do que comer um cupcake sozinho. O futebol baiano tem que ter esse discernimento para poder evoluir. Trouxe o Jorge Avancini do Internacional porque ele participou e foi peça chave da reconfiguração do plano de sócio do Inter. Não adianta eu como presidente do Bahia querer reclamar da cota que a televisão paga, dos valores que os patrocinadores querem pagar. O que depende de nós tricolores é o plano de sócios. Temos que criar o plano de sócios atrativo para o torcedor”.


Projetos para o futuro do Bahia:

“Nunca sonhei em ser presidente do Bahia, sempre quis ser jogador do Bahia, mas não tive talento para isso. Como não tive esse talento, procurei me qualificar para trabalhar dentro do mercado do futebol. Entendo um futebol como um produto, dentro da indústria do entretenimento. Busquei me qualificar enquanto jornalista para trabalhar nesse enfoque. Morei na Espanha, fiz jornalismo lá durante dois anos. Estudei também marketing, fiz gestão esportiva e marketing de futebol para entender melhor isso. Nós temos que encarar o clube como uma empresa, uma instituição privada, tem que ter técnicos no comando. Por isso, enxuguei a diretoria do Bahia e coloquei apenas três diretorias. São elas a diretoria financeira, que é ocupada por Marcelo Barros, que foi secretário de administração do Governo da Bahia e diretor financeiro da maior rede de universidade da Bahia; a diretoria de futebol, que tem como diretor Alexandre faria, vindo do América (MG) e do estado onde se joga o melhor futebol no país hoje; e a diretoria de mercado, que é ocupada pelo Jorge Avancini, que era gerente de marketing do Internacional. Com esse planejamento, a curto, médio e longo prazo vamos poder dar ao torcedor do Bahia o que ele deseja: taça na prateleira e faixa de campeão no peito”.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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