Futebol Brasileiro em um cenário de Guerra

Por Felipe Silveira Requia

Guerra, confrontos e medo. Essas são as palavras que não saem da boca – e da mente – de quem ousa ir a um estádio de futebol. Falar de futebol no Brasil instantaneamente nos remete ao caos.

Domingo, dia 8 de fevereiro, pouco antes das 17 horas. Famílias que haviam comprado ingressos para o clássico entre Palmeiras e Corinthians são obrigadas a abandonar o caminho para o estádio. E o motivo é nada mais do que justo. Guerra. O futebol no Brasil, como todo ambiente hostil, expele toda e qualquer pessoa de bem que esteja nele.

Com isso, o “maior esporte do Brasil” vai perdendo seu maior bem, a torcida. A verdadeira torcida. Marginais fantasiados de torcedores não fazem nada além de contribuir para um destino traçado há anos. Eles são a consequência, não a causa. A culpa é de quem deveria dar a condição para que toda a população tivesse educação suficiente para distinguir o certo do errado. A culpa é de quem deveria punir os infratores, mas é o próprio infrator.

Um país assolado pela corrupção sistêmica, e não digo apenas na política, mas em todo e qualquer meio de convivência social, está fadado a ruir. Um país no qual o poder judiciário e a polícia não conseguem prender um grupo de marginais que espanca outro grupo no metrô não pode ser levado a sério. E não é. Guerra! A primeira evidência da destruição de um país. E pode parecer exagero atribuir ao confronto de torcidas o cenário de um país inteiro. Porém, como dito anteriormente, o futebol não é o problema, é o reflexo dele.

Obviamente, o meio futebolístico tem sua parcela de culpa no cenário caótico em que se encontra do futebol. É só exercitar a memória. Última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013. Vasco jogava contra o Atlético Paranaense tentando se salvar do rebaixamento, quando se iniciou uma briga generalizada nas arquibancadas da antiga Arena Kyocera. Um torcedor entrou em coma. Vários ficaram feridos. Apenas mais um confronto, entre tantos outros. Todos sem qualquer penalidade decente para os infratores, para os clubes ou para a Confederação. Já é banal. Espera-se a Guerra no futebol brasileiro.

Guerra! Ela nos levará à falência. Os marginais criados e sustentados por um Estado omisso e corrupto fazem do esporte seu campo de batalha. Repito; eles são a consequência. Uma consequência de inúmeras causas. O futebol está em Guerra há um bom tempo. E sabe quem é o vencedor de uma Guerra? É aquele que menos perde. Nesse caso o futebol perde de todos os lados, e caminha para um melancólico fim.

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