Seleção da Alemaha é acusada de calote

A Alemanha esbanjou simpatia, bom futebol e deixou fãs e admiradores durante a passagem de mais de um mês pelo Brasil. A boa impressão, no entanto, não é compartilhada por todos.

Um mês após o título da Copa do Mundo, fornecedores, empresas, artistas e até a comunidade local acusam de ter levado um calote da empresa contratada pela Federação Alemã (DFB) para construir e administrar a concentração e o CT dos campeões mundiais na Bahia.

Até mesmo a conta de luz da concentração da equipe de Joachim Löw não foi paga na Vila Santo André, um povoado com cerca de 800 habitantes em Santa Cruz Cabrália – cidade próxima a Porto Seguro. Os credores planejam ingressar na Justiça na próxima semana para exigir o valor de quase R$ 500 mil.


A empresa acusada chama-se Acquamarina Santo André Empreendimentos Imobiliários, pertence a três sócios alemães residentes no Brasil e foi criada especialmente para tocar o empreendimento imobiliário financiado pela DFB visando a Copa do Mundo.

A maior parte da dívida seria com artistas plásticos contratados para participar das instalações das casas da concentração em Santa Cruz Cabrália. Cassio Loredano, João Modet, Maria Nepomuceno, Rodrigo Braga, Tatiana Blass e Afonso Tostes e Marcone Moreira receberam apenas pela primeira parte do serviço. De acordo com o advogado que defende o grupo que se diz lesado, Álvaro Piquet, a dívida ultrapassa o valor de € 100 mil (aproximadamente R$ 300 mil).

– Fiz uma notificação extrajudicial. Eles prometeram pagar. Disseram que não haveria problema. O prazo final, de 20 dias, se encerra na sexta-feira. Caso não ocorra o pagamento, vamos ingressar na Justiça no início da próxima semana – revelou Piquet.

O grupo, no entanto, não é o único credor. A Greenleaf, empresa responsável pelo gramado do Campo Bahia, CT construído e utilizado pelos alemães, tem a receber R$ 166 mil pela instalação e manutenção do único campo do centro de treinamento, também cogita acionar a Justiça e pensa em retirar os equipamentos de irrigação para minimizar o prejuízo. Há ainda cinco cheques sem fundos em nome da Acquamarina na relação do Serasa.

documentos Acquamarine (Foto: Globoesporte.com)

Sócios da Greenleaf foram nesta semana ao Sul da Bahia negociar a dívida, mas não encontram Tobias Junge, sócio e gestor da Acquamarina Santo André.

Entre os credores também aparece a Companhia Elétrica do Estado da Bahia (Coelba). A conta de luz do centro de treinamentos não teria sido paga: o valor é de R$ 6.343,95.

Em relação à comunidade, a federação alemã forneceu recursos aos administradores do Campo Bahia para a reforma de um campo como legado para a cidade. A promessa, porém, vem gerando mal-estar. A reforma foi iniciada, mas deixada de lado após a seleção voltar à Alemanha. A previsão inicial era que o gramado fosse concluído até o fim de julho. No entanto, as obras estão paradas e, com a chuva, o local está repleto de lama. A DFB, porém, tinha o compromisso de entregar o campo.

Durante os últimos dois dias, o GloboEsporte.com tentou localizar Tobias Junge, sócio e gestor da Acquamarina Santo André, mas ele não atendeu as ligações e não foi encontrado no escritório da empresa. A Federação Alemã (DFB) também não respondeu as ligações e mensagens da reportagem.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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