Itália 0x1 Costa Rica: Crônica da partida

Esqueça o calor, a umidade e qualquer outro componente que possa atrapalhar o desempenho de um time de futebol. A Costa Rica ignorou a todos. Correu como se espera de um time tecnicamente inferior, mas que vê nos 90 minutos seguintes uma chance, talvez, única de fazer história e se classificar no Grupo da Morte. O desvio de cabeça de Borges, quase marcando no início, inflamou ainda mais a torcida, maioria nas arquibancadas, com os gritos de “Sí se puede” (Sim, podemos). E eles puderam.

A Itália sofreu uma barbaridade com a marcação avançada dos rivais. A Costa Rica fez o básico: adiantou seus jogadores para travar a saída de bola de Pirlo e correu por todos os lados, todos os cantos, impedindo a Azzurra de acionar seu craque e chegar ao campo de ataque. De Rossi, Chiellini e Barzagli cansaram de tocar a bola sem saber o que fazer com ela. Campbell estava ali, pronto para assustar de novo.

Manter o ritmo frenético de marcação, porém, seria impossível com os quase 30 graus da Arena Pernambuco. Foi aí que a Itália começou a jogar. Pirlo ganhou espaço e fez a equipe crescer. Só faltou Balotelli jogar. O herói da estreia acumulou gols perdidos, chances claras: de voleio quase na pequena área, de cobertura cara a cara, chutando livre da entrada da área…E os italianos cansaram.

A Costa Rica conseguiu um fôlego extra nos minutos finais. Suficiente para ficar em vantagem no placar. Antes, jogadores e torcedores costarriquenhos foram à loucura. Campbell arrancou e foi derrubado por Chiellini na área. Pênalti claro não marcado pelo árbitro chileno Enrique Osses. Logo depois, aos 44, o gol. Díaz cruzou da esquerda, a defesa italiana parou e Ruiz desviou. A bola ainda bateu no travessão antes de entrar.

Segundo tempo é vez de Navas brilhar

Cesare Prandelli abandonou o esquema 4-1-4-1 e mandou a campo uma formação mais ofensiva no segundo tempo. O meia-atacante Antonio Cassano ocupou o lugar de Thiago Motta e fez a Azzurra acabar com a morosidade da etapa inicial. Navas, porém, apareceu. Um dos ídolos da Costa Rica, o goleiro salvou em chutes de longe de Darmian e Pirlo.

A empolgação azul acabou gradativamente Os Ticos rapidamente acertaram a marcação sobre Cassano e Balotelli e impediram novas jogadas de perigo. Prandelli mudou de novo para tentar abrir a defesa rival. Colocou o baixinho Insigne para correr pela esquerda. Depois, escalou Cerci pela direita. De nada adiantou.

Nas arquibancadas, os costarriquenhos se dividiam entre os gritos de “olé” e o “Sí se puede”. Era como se uma parte já sentisse a vitória próxima, e a outra não quisesse qualquer sinal de menosprezo diante de um adversário tão tradicional. Jorge Luis Pinto também trocou, colocando Cubero, Ureña e Brenes para reforçar a marcação e encontrar um contra-ataque mortal.

A Itália parecia conformada com o resultado. Não pressionou como se esperava, talvez não tivesse pernas para isso. Insigne ainda apareceu na entrada da área, mas mandou a bola nas nuvens. Brenes, nos descontos, ainda arrancou um “uuuhh” da torcida com um chute colocado, que passou raspando. Era o que faltava para a festa costarriquenha começar em Pernambuco. Estragou o seu bolão? O meu também!

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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