Editorial do presidente Campeão, Fernando Schmidt

Ouvi a metáfora de um amigo e achei pertinente: ontem, com uma semana de antecedência, os milhões de torcedores tricolores viveram uma espécie de Páscoa azul, vermelha e branca.

Páscoa é renascimento, é recomeço, é uma nova chance para melhorarmos as coisas. 

Essas mesmas palavras são perfeitamente adequadas para resumir o momento vivido pelo Bahia, em que o trabalho de refundação do clube ao longo dos últimos sete meses, fora de campo, passa agora a ser coroado também dentro das quatro linhas. 

Mais do que um título, um acontecimento histórico.


Iniciado lá atrás, naquela emocionante assembleia geral de sócios que revolucionou o nosso estatuto, em agosto, sucedida de uma inédita eleição direta para presidente, com urna eletrônica e 5 mil sócios votando na Fonte Nova, em setembro.

Que mostra que democracia, transparência e profissionalismo ganham jogo e fazem gols. Que não abrirá brecha para o retorno da época de troféus em sacos de lixo. Que inicia o caminho da terceira estrela. Que serve de exemplo em meio a um futebol brasileiro que desperdiça a Copa do Mundo no país e movimentos como o Bom Senso para evoluir. 

É o triunfo do clube que paga os salários em dia, não financia suas torcidas organizadas e mantém relacionamento de independência com a imprensa. É o triunfo de quem não cai em provocações ou armadilhas na semana do clássico.  É o triunfo da confiança no treinador e da união total entre atletas, funcionários e diretoria. É o triunfo, acima de tudo, da sensacional Nação Tricolor.  

De uma nação que fez fila na madrugada de quinta para sexta-feira para comprar insuficientes 3.200 ingressos.  De uma nação que elevou o Bahia de 600 para quase 25 mil sócios em um semestre. De uma nação que precisa continuar se associando e pagando em dia para tornar cada vez mais forte a equipe. 

O Esquadrão de Aço é hoje o time com o maior número de sócios em 2014 no Brasil, atrás apenas do Cruzeiro, o atual campeão nacional. Em três meses, foram mais de 8.000 novos filiados, quase o dobro do Flamengo e do Palmeiras, clubes que aparecem na sequência do ranking. 

Ainda não utilizada na atual temporada, a camisa 10 azul, vermelha e branca só ganhará um dono quando chegarmos aos 30 mil associados. Voltamos a prometer, publicamente, trazer um reforço com status de ídolo. 

No novo Bahia, a torcida recebe informações exclusivas, via SMS, e é respondida em tempo real nas redes sociais da equipe. Encontra jogadores ajudando a venda de bilhetes da final, como o volante Uelliton, mesmo suspenso da partida.  Tem a chance de ir aos jogos na agência de viagens do time. É representada por um Conselho Deliberativo agora com rosto, ideias contrárias e média de mais de uma reunião por mês. Possui um Conselho Fiscal efetivo e uma auditoria permanente. 

A conquista estadual anima, mas o ano reserva voos ainda maiores. Daqui a três dias vamos decidir classificação à segunda fase da Copa do Brasil. No domingo da Páscoa “oficial”, estrearemos no Campeonato Brasileiro. Você, que tanto merece comemorar, está convidado a comparecer aos dois compromissos, ambos na Fonte Nova. De espírito renovado.  

Neste momento tão simbólico, vale adaptar a famosa frase que acompanhou o clube em seus primeiros títulos, na década de 1930, e lançar um novo slogan para o Esquadrão: “Renascido para vencer”.

Fernando Schmidt

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