BaVi que não vale nada. E isso existe??!!

BaVi na última rodada da fase de classificação do campeonato estadual não poderia ser diferente senão o que estamos presenciando, praticamente sem efeito algum na competição. Mas também pudera, em um torneio em que a dupla sempre está bem a frente dos demais, e mesmo sem precisar ainda recebem com frequência uma ajuda da arbitragem, é mais do que obrigação a classificação antecipada em primeiro lugar de seus grupos. Fora o fato de que a tabela do estadual parece ser elaborada apenas pensando na decisão do torneio pela dupla rival.

Mas o fato do jogo não ter grandes consequências no campeonato de longe quer dizer que ele não vale nada, afinal de contas BaVi é BaVi. Pode ser no profissional, juvenil ou infantil. Futebol de campo, de salão ou de areia. Nos estádios, nos ginásios ou em qualquer outro local de disputa, afinal ninguém quer perder BaVi, nem mesmo de par ou impar.

Na realidade os clássicos realmente amistosos (que não valiam para nenhum torneio) eram mais comuns nas décadas passadas, sendo o último registrado em 1º de dezembro de 1987 (27 anos atrás). Também tivemos alguns BaVis em torneios amistosos, como o torneio Bahia Pernambuco, torneio Roberto Santos, troféu ACM entre tantos outros. O último foi na disputa da finada taça Maria Quitéria, em 15 de julho de 98. Ao todo foram quase 70 jogos entre simples amistosos ou torneios amistosos dos grandes rivais baianos.

Essa não é a primeira vez que um clássico é válido por uma competição oficial, mas sem trazer consequências alguma para as equipes. O último caso aconteceu a exatos 7 anos no campeonato Baiano de 2007 quando os times se enfrentaram na última rodada do quadrangular final, só que o Vitória já tinha garantido a taça antecipadamente fazendo com que o jogo valesse mais como entrega das faixas. Ainda assim a torcida fiel e apaixonada do Bahia foi representada por 7 torcedores, entre eles o folclórico Binha de São Caetano.

Há quem diga que o último BaVi do estadual do ano passado também foi como um amistoso, já que nem o mais fervoroso tricolor não acreditava que o Bahia conseguiria aplicar em pleno Barradão uma diferença de 5 gols, ainda mais com as recentes goleadas sofridas de 5 a 1 e 7 a 3. E realmente não teve jeito.

Para o torcedor Rubro Negro, principalmente os mais jovens que foram mal acostumados com a hegemonia no estado, o BaVi vale mais do que a simples rivalidade, afinal se o Vitória não vencer o jogo ele completará 5 partidas sem comemorar os 3 pontos. Fato que só ocorreu uma única vez nos últimos 20 anos, e com certeza representará uma vergonha sem tamanho para sua torcida.

Valendo muito ou não, o que é certo é que as duas torcidas vão lotar a Arena Fonte Nova prestigiando esse grande clássico e fazendo uma bela festa como só o povo baiano sabe fazer. E que venha o BaVi. 

Victor Hugo 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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