As lendas urbanas do E.C Vitória

Cansei de ouvir bobagens do tipo: o Vitória é profissionalizado, é organizado, é bem estruturado… Isto é lenda urbana, se não vejamos. 

Os torcedores rubro-negros alegam que há 25 anos – ou 23 anos, ou 22 anos, ou 21 anos, afinal cada um deles apresenta um período de tempo – o time deles conquistou a hegemonia do futebol na Bahia e que isso foi graças à profissionalização, à organização e à infraestrutura do clube, etc. e tal. Isto, é bom repetir, teve início há 25 anos. Há aí um pequeno problema. 

Não vou discutir o que seja profissionalização, não vale a pena. Mas, quando se fala de profissionalização, dá-se a entender que ela fortalece o clube e não que ela contribua para sua deterioração. Ora, se o processo de profissionalização do Vitória começou há 25 anos torna-se inexplicável o horror por que ele passou nos últimos dez anos. 

Com o passar dos anos, o processo de profissionalização se cristaliza e ele deveria produzir melhores resultados do que nos anos iniciais. Porém, o Leão despencou para os porões do futebol em 2004, quando, segundo os cálculos de seus torcedores, já havia 15 anos de profissionalização do clube! Ora, esta queda não pode ser imputada a acidentes. Nenhum time que, até agora, caiu para as divisões inferiores pode alegar o acidente. Em todos eles a queda foi o resultado de um processo mais ou menos longo de deterioração administrativa. Há times com uma administração desastrosa e que não caíram – está aí o primo rico do Vitória como prova disso –, mas todos os que caíram pagaram o preço da gestão desastrosa. 

O caso do Vitória ainda tem agravantes que indicam a deterioração: ele foi parar na série C; retornou à série A e voltou a cair depois de breves três anos; passou dois anos na segunda divisão. Pode-se dizer o que se quiser, mas os últimos dez anos do Leão são a prova mais bem acabada de que não há organização nem profissionalização. Dizer que ele é mais organizado do que A ou B é privado de sentido, porque importa saber se ele produz bons resultados em campo com regularidade e seu histórico mostra que não. 

Um time pode não ser profissionalizado e apresentar bons resultados, mas um clube profissionalizado não tem como ser tão inconstante e desastrado como o Vitória. Profissionalização gera estabilidade e não instabilidade, como é o caso do Esporte Clube Vitória. 

Quanto à questão da infraestrutura, o raciocínio a ser empregado é o mesmo: infraestrutura só faz sentido se for convertida em bons resultados em campo. Daí a pergunta: por que em 2004, quando o processo de “qualificação estrutural” já tinha 15 anos, recomeçou o processo de degradação do Vitória? Afinal, se a infraestrutura do clube é de excelente qualidade, ela tem servido para quê? 

Senhores torcedores do proprietário de Barradão, é melhor que vocês se mantenham presos a um Futuro indefinido e que o tome como referência para se medir com o Esporte Clube Bahia, assim vocês não terão de confrontar-se com seus próprios argumentos. 

Dinensen

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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