Presidente do Bahia vira alvo de denúncia

A matéria foi veiculada hoje à tarde pelo site tricolor ECBAHIA, coloca mais
pimenta no já azedado tempero da administração do deputado Marcelo Guimarães Filho. 

De acordo com as informações do Site, na tarde desta quinta-feira, o presidente
Marcelo Guimarães Filho se tornou alvo de uma denúncia endereçada ao
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, o mesmo que fez as acusações do
julgamento do mensalão, entre outros. 

Dois advogados baianos que moram em Brasília, Antonio Rodrigo Machado e
Marcus Tonnae Silva, protocolaram às 15h57 na sede do órgão, na capital
federal, uma chamada notícia-crime apontando para possíveis crimes de
estelionato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha cometidos por MGF. 

Além dele, também figuram no processo o gestor de futebol Paulo Angioni, o
coordenador da divisão de base Newton Mota e o delegado André Garcia,
sócio-proprietário da empresa Calcio. 

A representação foi registrada como ENV/PGR-00024214/2013. 

A peça foi encaminhada à Procuradoria-Geral da República pelo fato de o
presidente tricolor ter assumido o cargo de deputado federal, no início deste
ano, como suplente do PMDB. 

A dupla de advogados pede que Roberto Gurgel investigue o quarteto e
estabeleça um inquérito civil para apurar supostos ilícitos, envolvendo a
atuação da Calcio no clube. Para isso, utiliza reportagens da imprensa local e
nacional para indicar os fatos. 

Confira alguns dos principais trechos do documento: 

“No Esporte Clube Bahia não existem eleições diretas e as regras para
associação são nebulosas e tratadas como uma extensão do patrimônio da já
abastada Família Guimarães, há quinze anos no comando do clube e envolvida em
diversas investigações na Polícia Federal, a exemplo da Operação Jaleco Branco. 

A gestão do Presidente do Esporte Clube Bahia se reveste das mais diversas
formas de obscurantismo, mas sua ofensa não fica restrita apenas a não
participação dos torcedores no processo político interno. Recentemente, a
imprensa trouxe a público uma verdadeira rede de interesses financeiros
envolvendo jogadores da base do Esporte Clube Bahia através de uma empresa
privada: a CALCIO. 

O objeto dessa representação são os reais beneficiários das movimentações
financeiras da empresa CALCIO ESPORTES E INVESTIMENTOS LTDA ME, inscrita no
CNPJ sob o n° 13.543.880/0001-94. 

O endereço da empresa em questão coincide com o da OAS Imóveis, de acordo
com nota publicada pela própria construtora em 29 de março de 2009 em seu site.
O detalhe é que a OAS é um dos principais patrocinadores do E. C. Bahia desde o
início da gestão de Marcelo Guimarães Filho e tem mantido uma série de
parcerias com o Deputado Federal, noticiado.  localização idêntica entre os endereços da empresa CALCIO e a maior
patrocinadora do Esporte Clube Bahia não é apenas o único indício da prática de
atividades obscuras. 

Uma das características da referida empresa é a ausência
de requisitos formais de existência. Em sua sede oficial, não há qualquer placa
de identificação ou funcionários que respondam por suas atividades. É uma
empresa com sede inexistente e sem atividades explicitamente regulares,
conforme reportagens que serão apresentadas. 

Outro traço peculiar da CALCIO é o fato de que seu sócio-proprietário, André
Silva Garcia, era um ilustre desconhecido no mercado de futebol da Bahia até o
ano de 2011. Delegado da Polícia Civil, o dono da CALCIO tem como grandes
atributos empresariais o seu posto de conselheiro do E.C. Bahia e a sua
estreita relação de amizade com o Deputado Marcelo Guimarães Filho. 

As transferências dos meio-campistas Gabriel e Filipe valeram à Calcio mais
de R$ 850 mil. A empresa havia sido fundada em 15 de abril do ano anterior com
um investimento inicial declarado de R$ 10 mil. 

As matérias jornalísticas apresentadas indicam um suposto sistema organizado
de utilização da gestão no Esporte Clube Bahia em proveito pessoal. Em tese, a
arregimentação de atletas funcionaria assim: 1. Jogadores ainda crianças ou
adolescentes chegam ao Esporte Clube Bahia para fazer parte das categorias de
base; 2. Os mais promissores seriam encaminhados pela direção comandada pelo
Deputado Federal Marcelo Guimarães Filho para a empresa CALCIO, que passaria a
deter uma alta percentagem sobre os direitos econômicos/federativos dos
jogadores; 3. Com a venda das promessas, o percentual devido a CALCIO seria
repartido entre os “sócios” não formais da empresa. 

De acordo com as notícias apresentadas, o parlamentar estaria se utilizando
do cargo de presidente do E. C. Bahia para ter acesso privilegiado aos direitos
econômicos dos jogadores em início de carreira e, em tese, fechar ótimos
contratos com uma empresa criada para gerenciar os seus interesses privados. 

As ações trazidas à superfície em virtude da investigação traduzem uma
suposta utilização de artificio destinado à obtenção de vantagem financeira
indevida em prejuízo dos associados do clube e mediante atuação no cargo de
Presidente do E. C. Bahia. 

Além disso, há indícios de que houve informação inexata de operações e o
recebimento de dividendos sem o recolhimento dos tributos devidos pela empresa
CALCIO, com possível prejuízo ao erário. 

Por fim, as reportagens sugerem a dissimulação da natureza, origem e
movimentação dos valores provenientes da transferência de percentuais dos
direitos federativos/econômicos de atletas do E. C. Bahia à empresa CALCIO.”

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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