Desafios e soluções

Em artigo publicado no jornal Correio desta segunda-feira, o presidente do Vitória, Alexi Portela, falou sobre os problemas enfrentados por sua gestão nos últimos anos. O dirigente, no texto, ainda reafirma o desejo de reformar o Barradão e transformá-lo em um estádio moderno, como a Arena Fonte Nova.

Desafios e soluções

Dirigir um clube de futebol foi a atividade mais desafiadora que tive em toda a minha vida, pois, se cotidianamente temos que estar atentos às tarefas de gestão como em qualquer outra empresa, do outro lado, não deixamos de ser um apaixonado torcedor que deseja ver o Vitória campeão em todas as disputas, custe o que custar. Gerir o clube equilibrando a razão e a paixão não é, contudo, o único desafio ao qual estamos expostos.



Fora do eixo sudeste-sul, onde está concentrado mais de 75% do PIB nacional, o Vitória é inevitavelmente alijado dos interesses de grandes grupos econômicos, inclusive os estatais, para o seu patrocínio. Basta ver que o Fluminense, mesmo sem ter uma infraestrutura moderna ou, sequer, equilíbrio financeiro, ganhou dois dos últimos três títulos nacionais com o apoio de um patrocinador que banca seus grandes jogadores e comissão técnica.

Por outro lado, se de fato houve um aumento significativo na cota televisiva ao término do “Clube dos Treze”, aumentou também substancialmente a diferença para os ditos “doze grandes clubes” e, inegavelmente, negociar esses contratos de forma individual somente colaborará para que esta diferença aumente.

Estes maiores clubes, por terem grandes e caros plantéis, querem participar de todos os torneios possíveis. É só vermos as recentes mudanças de regulamento da Copa do Brasil para permitir a participação dos clubes que estão disputando a Libertadores e a mudança da Sul-Americana que prioriza a participação no torneio dos 8 primeiros melhores classificados no Campeonato Brasileiro.

Esse abismo criado com o apoio tácito da CBF só poderá ser ultrapassado com muito trabalho, criatividade, poucos erros e o engrandecimento da nossa marca, nossos atletas e nossa torcida. A Copa do Nordeste deve ser valorizada cada vez mais, criando um roduto forte, que atraia grandes patrocinadores e a atenção do público nordestino.

Impossível imaginar o Vitória sem a sua divisão de base. Divisão que nos possibilita o aporte financeiro através da venda de atletas, o equilíbrio financeiro do plantel – a ver que metade do nosso elenco é composto pelos atletas da divisão de base -, mas, também, a expansão mercadológica da marca pelos títulos nacionais e internacionais que temos conquistado. Componente da nossa solução estrutural, o “Sou Mais Vitória” é o elo com os torcedores e precisamos torná-lo cada vez mais atrativo, a fim de aproximar estes aos destinos do clube.

Por fim, o Barradão é e sempre será a nossa casa. Temos o desejo de modernizá-lo, mas antes temos de ter as condições necessárias ao projeto. Urge o poder público iniciar a construção de uma avenida de acesso ao estádio. Sem uma digna contrapartida não apenas ao clube, mas a toda a comunidade do Bairro de Nossa Senhora da Vitória, nos é inconcebível o poder público restringir-se a precários serviços e recolhimento de ISS e IPTU.

A partir desta via acesso, as condições estarão criadas para que possamos construir a Arena Rubro-Negra, passo derradeiro e definitivo a um futuro de glórias.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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