Bahia x Vitória: Hoje, às 16h na Fonte Nova

Ao longo dos anos, muito foi dito sobre os clássicos do mundo do futebol. Geralmente são cercados de expectativas e nunca tem favorito, pelo menos, nas páginas dos jornais ou pelas ondas das emissoras de rádio, em uma medida “clássica” quase que exclusivamente para atender a perfeita paz e harmonia, entre os ouvintes e leitores, e claro, com o patrão preocupado com os anunciantes. 

De tanto dito acabou se transformando em verdade absoluta e pobre daquele que tente contrariar a sentença máxima. Dizem, até, que em clássicos, jogador obeso como Obina, perde peso, e apagado e solitário, como Paulo Rosales, ganha luz própria e boas companhias para fazer o que, até então, apenas faz de conta. 

Desta forma, o BA-VI às 16h neste Domingo, mesmo sem atrativos adicionais, mantém a importância intacta, exclusivamente pela ferrenha rivalidade, mesmo quando reúne em um único cercado, dois clubes de péssima qualidade, após realizarem, até agora, campanhas ridículas e, por isto, atirados para um plano inferior do campeonato baiano, por uma dupla de clubes semi-amadores da distante cidade de Juazeiro. 

Para o Bahia, o jogo tem um peso maior, de fato, é uma decisão, pois além da luta pelo primeiro lugar no Grupo 1, o time agora comandado por Joel Santana, precisa quitar a primeira parcela (x10), de um débito sem avalista contraído com seu torcedor, no último dia Sete de Abril, quando permitiu que fosse jogada lama dentro do chopp, na festa de reinauguração do Estádio da Fonte Nova, data e local onde foi impiedosamente humilhado e massacrado pelo mesmo adversário. 

Um triunfo, além de marcar os primeiros três pontos jogando no novo estádio, significará a primeira vitória sob o comando de Joel Santana, certo alivio na pressão que vem sendo exercida e, lá no intimo do torcedor do Bahia, um suposto triunfo, servirá também como uma espécie de bálsamo bengué, ainda que a roxidão e as escoriações impostas na moral pelo último embate, só desaparecerão na hipótese da conquista do título de bicampeão baiano, ainda com toda a precariedade apresentada pelo arremedo de time, montado pelo Deputado Marcelo Guimarães e seu assistente de produção, Paulo Angioni. 

Para o Vitória, o jogo tem pouco peso, a despeito da necessidade do triunfo para aguardar tropeço do Juazeirense e, assim, obter a vantagem nas semifinais e atuar na decisão pela vaga para as finais, no Estádio Manoel Barradas Carneiro, não existe pressão da torcida rubro-negra. A goleada imposta ao Bahia no primeiro clássico vem bancando com tranquilidade os fracassos recentes do time do rubro-negro Fábio Ribas. 

Vencendo hoje à tarde, será apenas outro triunfo sobre o rival, mais um, mas que, no entanto, desta vez, pode afundar o adversário dentro da sua própria crise, que foi iniciada, justamente, após o massacre do primeiro encontro e que já perdura por várias semanas.

O técnico Joel Santana terá alguns problemas para montar a equipe. O zagueiro Danny Morais, suspenso pelo terceiro amarelo, e o meia Zé Roberto, com dores no tendão do tornozelo direito, já estão fora da partida. Demerson deve herdar a vaga de Danny Morais, enquanto Ryder vai para o lugar de Zé Roberto. 

Já no Vitória, o técnico Júnior ensaiou poupar alguns jogadores, mas sabendo da responsabilidade do jogo, mudou de ideia e vai mandar a campo o que tem de melhor. O meia Renato Cajá vai enfrentar o Tricolor. Por outro lado, o volante Luis Alberto continua vetado pelo departamento médico e seu substituto ainda é mistério. 

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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