O Misterioso Estádio do E.C Bahia

Muito se tratou hoje da celeuma instaurada após a proximidade da estreia do rival na “sua” arena (ainda que alugada, mas “sua” quando estiver mandando seu jogos).

Com a sua sempre prioritária necessidade de depreciar o SANTUÁRIO RUBRO-NEGRO, vemos os torcedores da região metropolitana citar mais uma vez a doação do terreno feita por parte do então prefeito de Salvador, Clériston Andrade, como se fosse uma coisa de outro mundo. 

Volto a frisar: do terreno, pois o estádio foi construído aos trancos e barrancos pela administração do leão, mesmo que contando com o apoio financeiro do governo do estado.

Após algumas pesquisas simples no “são GOOGLE”, encontrei a história do estádio que não saiu do papel. E olha que seria inteiramente doado ao rival. 

Segue o link da reportagem: http://salvadorhistoriacidadebaixa.blogspot.com.br/2012/09/o-misterioso-estadio-do-ec-bahia.html 

Como se pode comprovar, eles tiveram a chance, mas… 

O surgimento dos shoppings em Salvador, principalmente o Iguatemi, alterou completamente a forma ou o caminho do crescimento urbano de Salvador. Antes de 1976, Salvador estava como que limitada aos espaços então existentes. Ao norte crescia invadindo o mar ou tomando as encostas; ao sul com o surgimento dos edifícios da Vitória, Graça , Barra Avenida e Chame-Chame, a maior parte substituindo antigas casas. Não havia outra maneira!

Nesse contexto, surgiu por acaso o Shopping Iguatemi em terreno existente nas proximidades da saída da cidade para Feira de Santana, próximo à Estação Rodoviária inaugurada em 1974.

Esse terreno pertencia ao pai de Jaime Saldanha, ex-preparador do Esporte Clube Bahia. Compreendia todo o Iguatemi de hoje mais o espaço ocupado pelo ex-Super-Mercado Paes Mendonça, hoje Wall Mart. (possivelmente, parte do Caminho das Árvores também pertencia ao referido senhor).

Por acaso? Dissemos acima. Confirmamos que foi por acaso.

Vamos à história: poucos sabem que nesse terreno (Iguatemi/Wall Mart) ia ser construído o estádio de futebol do Esporte Clube Bahia – O Estádio Tricolor- seria assim chamado. 

Já havia até uma placa no local com a alusão a essa construção.

Sim, foi escrito assim: “o misterioso estádio do Esporte Clube Bahia” e bota misterioso nisto. 

Articulistas, como o senhor Wilson Santos, comentaram o fato na imprensa. Disseram: “ …ninguem lembra que em 1971, às vésperas da reinaguração da Fonte Nova, o Bahia chegou oficialmente a anunciar a construção de seu estádio, numa área onde hoje estão instalados o Shopping Iguatemi até os limites do terreno do Grupo Wall Mart, que controla a rede de super-mercados BomPreço. O estádio teria a capacidade de 110.000 pessoas sentadas, tão grande quanto o Maracanã e o prazo de sua construção estava previsto para 23 meses, ou seja, seria inaugurado em 1973. 

O grande lance nessa construção diz respeito à forma como seria feito o seu financiamento. O Bahia não gastaria um centavo. Seriam vendidas cadeiras cativas e esses acentos (dez mil) ficariam sendo propriedade da empresa construtora (Odebrecth). Seriam gastos na obra R$6 milhões. 

Nesse periodo (1970/1972) foram presidentes os senhores Manoel Inágio Paula Filho e Alfredo Saad, mas segundo se sabe, foi o segundo o articulador do processo de construção do estádio, inclusive pensava-se que o terreno do mesmo pertencia a este senhor. Talvez! Teria comprado ao senhor Saldanha e se de fato esta versão seja verdadeira, sua oferta teria sido superior à de Odebecht. 

E foi aí que, de uma hora para outra, a impreensa anunciava que no local seria construído um shopping pertencente ao grupo Nacional Iguatemi da familia Rique.

Ninguém entendeu mais nada, inclusive teve muita gente que já havia comprado as tais cadeiras cativas e ficaram sentados “vendo o navio passar”, segundo tradicional ditado. 

Processos? Que nada! Estamos na Bahia.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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