Arena Barradão: Início de uma nova era

A aplicação do conceito de arenas
multiuso não é tão nova, nem tão simples quanto se imagina. Nos anos 60 do século XX –
vejam como estamos atrasados – os americanos passaram a entender o esporte como
uma grande oportunidade de exibição de marcas. O business, então, tornou-se uma
realidade no maior mercado publicitário do mundo. Ajudado pelo alcance e
popularidade da TV naquele país, o marketing encontrou no esporte uma janela de
oportunidades para grandes negócios. 

Em 1968 foi inaugurado o Madison
Square Garden, a primeira arena multiuso do planeta. Até hoje atual, o
equipamento, que concentra um complexo esportivo e de entretenimento numa das
áreas mais valorizadas de Nova Iorque, é palco dos maiores jogos de basquete,
hóquei, boxe e música dos Estados Unidos. Além disso, conta com diversos bares,
restaurantes e lojas. O MSG faz parte da franquia AEG Facilities, que irá
operar a arena do Atlético Paranaense e a Nova Arena, do Palmeiras. 

Até à construção do Madison, a
utilização dos estádios para o esporte era restrita aos eventos esportivos e,
quando adaptados, musicais. Os equipamentos eram feios, inseguros e
desconfortáveis como em todo o mundo. Os estádios, sub-utilizados, só eram
ocupados em dias de jogos. Uma ociosidade deficitária para os clubes que fazia
enfraquecer, por tabela, o espetáculo esportivo. 

A nova ordem do esporte mundial
nos direciona para outra realidade. Hoje, os maiores clubes do mundo têm em
suas arenas, um dos principais instrumentos de aglutinação de receitas (diretas
e indiretas). Equipamentos rentáveis (podem oferecer de 26 a 34 receitas
diferentes para os clubes), confortáveis, seguros e adequados para a
transmissão do espetáculo. É um grande cenário preparado para o esporte. 

Nesta toada, o Vitória está na
contramão da história. A construção da nossa própria arena é mais que
necessária; é urgente para dar viabilidade a um projeto de crescimento em médio
e longo prazo, que colocará o clube entre os cinco maiores do país, e o maior
das regiões norte, nordeste e centro-oeste. 

“Onde as multidões se reúnem e a
história é feita” – Spiro Kostof (1936-1991) –
arquiteto, professor da University of California, sobre as arenas espalhadas
pelo mundo. 


No local onde hoje existe o
Barradão, que antes era inabitável pelo lixo e falta de infra-estrutura para
população, passará uma grande avenida que cortará a cidade em um ambicioso
projeto de mobilidade urbana. Este projeto, de interesse da iniciativa privada,
viabilizará uma série de importantes negócios na região, inclusive a nossa
arena. 

O nosso projeto é transformar
aquele espaço em um grande complexo de entretenimento voltado para o futebol,
funcionando todos os dias da semana e ampliando as receitas para o clube em até
300%. Assim, conseguiremos atingir o nível de competitividade dos clubes com as
maiores receitas do país. Além disso, vamos gerar cerca de 400 empregos
diretos, ajudando a dinamizar a economia na terceira principal cidade turística
do país, com potencial para ser a segunda em turismo de entretenimento. 

A Arena Barradão será o shopping
center da torcida rubro-negra, que terá infinitas possibilidades para desfrutar
de um estádio moderníssimo, com capacidade entre 45 mil e 55 mil lugares
sentados, camarotes, bares, restaurantes, lojas, além de serviços exclusivos. 

Com a nossa casa não pagaremos
aluguel e teremos o controle sobre todas as receitas geradas pelo equipamento.
A Arena Barradão será uma das mais lindas do mundo, com quase 400 mil metros
quadrados de terreno e possibilidades arquitetônicas incríveis pela topografia
do local e o seu entorno. 

Este é um sonho bem próximo de
ser realizado. Um sonho que não acaba com o final da obra, mas com a conquista
de títulos relevantes para a nossa galeria. Até porque, como sempre digo, a
bola não entra por acaso. Para vencer, precisamos de infra-estrutura, bons
projetos, eficiência administrativa e, logicamente, muito trabalho.

 Petter Souza e Silva é empresário, pecuarista e
cacauicultor. É conselheiro do Esporte Clube Vitória e candidato a presidente
do clube nas próximas eleições.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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