Caio Júnior fala sobre erros do árbitro

Continua repercutindo a comprometedora atuação do árbitro Gilberto Rodrigues Castro Júnior, que apitou Vitória x Ceará, domingo, no Barradão, pela Copa do Nordeste.  Nesta quarta-feira, Caio Júnior voltou a comentar sobre a eliminação do time e arbitragem do pernambucano.

Antes da coletiva, o analista de desempenho do clube, Luiz Felipe Gros, apresentou um vídeo com duração de seis minutos pontuando as falhas do árbitro. Foram ao todo dez erros.

Caio falou ainda sobre a ironia do assistente Erlan Vieira de Souza. “Ele chegou pra mim e disse que a TV mostrou que o lance não foi pênalti. Como ele podia afirmar isso se não tinha falado com ninguém?”.
O técnico mostrou a edição do vídeo a dois ex-árbitros amigos seus que consideraram um absurdo a não marcação do gol de Renato Cajá e do pênalti em Dinei.

Edição do vídeo
“Quando você fala alguma coisa tem que ter coerência e argumentos. Essas imagens que vocês podem mostrar, principalmente para o torcedor do Vitória entender um pouco por que o jogador também perde a cabeça. Foram muitos erros. Eu mesmo perdi a cabeça no final porque você chegua no seu limite. Eu usei uma analogia com os jogadores falando que a Copa do Nordeste para nós foi como construir um castelo de areia. Você vai construindo ele em sacrifício, com equipe e daqui a pouco vem a onda do mar e leva tudo. Você tem que construir tudo de novo. Muito por influência deste árbitro.  Isso não justifica os quatro gols que nós tomamos. Isso quero deixar bem claro que eu assumo e foram erros da equipe, muito mais até individuais e que a gente resolve internamente. Mas  realmente foi lamentável o início do jogo que culminou com uma tarde latismável”.

Números do jogo
“Sem dúvida foi o jogo que mais nós mais construímos e jogamos bem. Tivemos 60% de posse de bola, 22 finalizações, 10 escanteios e das finalizações duas bolas na trave, um gol anulado e um pênalti não marcado. Foram números expressivos e numa campanha que vinha sendo excelente”.

O que o torcedor pode esperar
“O torcedor pode ter uma expectativa positiva. O sofrimento dele foi  após o jogo foi o mesmo que o meu.  Há três noites que acordo e lembro do jogo. A gente trabalha de mais para em um jogo botar tudo fora. Mas todo o planejamento que nós tivemos estava começando  a ser colocado em prática nesse jogo com os jogadores que foram contratados. Foi o primeiro jogo em que coloquei em campo as principais contratações.  Agora tem que recomeçar. Tem um lado bem positivo que é o de fazer realmente uma pré-temporada física adequada, fazer amistosos e esses jogadores vão entrar em forma. Mas lamentar a forma como nós saímos. Foi muito cruel e muito injusta com o trabalho que estamos fazendo”.

Falhas em bolas alçadas na área

“Nós temos que ter a humildade e reconhecer que foi o nosso grande problema nesta competição. Nós não tomamos gols de bola lateral. Tomamos muitos gols de escanteio que é uma marcação individual. A determinação é individual. Então passa um pouco por falta de concentração de quem jogou nesses jogos e eu observar e estudar bem. Todo resultado ruim tem uma consequência e a consequência vai ser na defesa. A gente vai ter talvez que dar oportunidades a outros jogadores começarem e eles vão ter que provar em números ou melhorar os números neste aspecto para que a gente tenha mais confiança no aspecto defensivo”.

Mudanças na zaga
“O Victor Ramos, por exemplo, a gente observa nos treinamentos que é um jogador que tem muita experiência. As vezes só a experiência pode fazer muita diferença. Acredito que a presença de Victor Ramos a partir de agora, infelizmente ele não pôde jogar a Copa do Nordeste, vai ser um fato positivo. É um jogador que já tem uma afirmação dentro do clube e buscar os companheiros dele neste início. A min há ideia é essa”.

Mais um lateral-esquerdo
“Eu me preocupo muito em ajudar o atleta melhorar taticamente. O Mansur nitidamente ele tem uma característica ofensiva e tem bastante dificuldade na parte defensiva. Então não posso exigir tanto dele na parte defensiva. Ele tem que ser treinado, orientado e tenho certeza que com o passar do tempo ele vai evoluir muito e vai ser jogador de Seleção Brasileira pelo potencial ofensivo que tem. Cardoso vaio  para ser observado na lateral-esquerda porque ele jogava na Romênia na lateral e na zaga. Mas, nitidamente, ele tem capacidade muito grande para ser titular na zaga ou até de lateral. Mas nós precisamos de mais um. Um jogador experiente, rodado em nível de Campeonato Brasileiro, para que tenha calma com o Mansur. A gente não pode queimar o menino. Em alguns momentos a torcida até vaiou quando ele pegou. Tem que cuidar dos menino da casa e ter uma atenção especial.  O problema agora ficar achar esse jogador. Trazer por trazer fica complicado”.

Defesa de Renato Cajá

“Queria fazer uma colocação sobre o Cajá (Renato). Respeito todas as opiniões, mas eu conheço o jogador e pelo que vocês viram no DVD entenderam a irritação do jogador. Em nenhum momento ele agrediu. Apontar o dedo não é agredir. Você está discordando e fazendo algumas colocações. Até mesmo porque o Cajá foi ironizado pelo árbitro e isso é uma das coisas que mais irrita a pessoa. Se precisar ser testemunhar eu vou testemunhar. Agressão é um tapa, um soco, uma tentativa de um chute. O árbitro tem que assumir a responsabilidade, ele mudou a história de uma entidade. Perguntem para o presidente qual foi prejuízo do Vitória não participando da próxima fase. Nós, técnicos, somos punidos quando erramos e o árbitro também precisa ser punido”.

Cobrança
“Pelo fato de ter tido experiência fora do Brasil, no Japão e no mundo árabe, eu tenho parâmetro em relação a esta cultura do futebol brasileiro, do imediatismo. Já me revoltei mais em alguns momentos e hoje mais não. Consigo fazer outra leitura e não adianta me revoltar contra ela (a cultura). Em todos os estados é a mesma coisa, tenho que entender, me adaptar e procurar ser o mesmo profissional para não influenciar no meu trabalho. Eu fiz questão absoluta de no meu contrato não ter multa contratual. Não vai ser uma multa que vai mudar minha maneira de trabalhar. No dia em que o clube não achar que meu trabalho não está sendo bom serei o primeiro a reconhecer a gente vai continuar sendo profissional e amigo. Da minha parte a mesma coisa. Quando não me senti bem aqui vou ser sincero e abrir o jogo.  Tenho muita vontade de ser campeão no Vitória e falei para o presidente exatamente isso. Eu tinha uma confiança enorme na conquista desse título (Copa do Nordeste) e nós vamos ter que focar tudo isso no Baiano e depois analisar. Tenho consciência que o Baiano vai pesar muito em cima do meu trabalho”.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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