12.12.12: E.C.Bahia e E.C.Vitória

Estão falando que o mundo vai se acabar. E por incrível que pareça a chance do Vitória ser Campeão nacional está se esgotando. Mas, eis que surge entre a meninada uma esperança: a Taça BR. O orgulho da meninada em ganhar primeiro esse título que os marmanjos do time rubro-negro é algo interessante para se comentar.

Essa meninada rubro-negra é de 1995 para cima, não viu a época Fonte Nova, não viu seu arqui-rival ser Campeão brasileiro, e também viu o seu arqui-rival ser rebaixado, o Bahia. Na minha infância e adolescência nunca tinha ouvida falar de divisões de base do Vitória. Foi Newton Mota que levou do Bahia a filosofia inplantada por ele para o Vitória. A não ser como cultura do BaXVi, era como se tivéssemos na Bahia somente um “sparring” para o derradeiro campeonato nacional, do Vitória nada se esperava.

Hoje, é diferente. É diferente desde o Barradão, a cultura expressa em números não nos deixam mentir. Ontem, estiveram no “Barraquistão”, como brinco com os mais crentes rubro-negros com seu fanatismo,  25.000 pessoas presentes, muitos jovens, sobretudo. Ninguém vai ao Estádio de carro numa terça-feira á noite para ver jogo de futebol. Fico feliz por ver essa meninada acreditando num futuro melhor para si mesmo e para seu clube.

Contudo, tudo não são flores. Estamos assistindo a mudanças de paradigmas no futebol com a necessidade de criar cidadãos para o mundo, não mais para serem esquecidos pelo seu futebol bonito. O jogador de futebol é espelho da sociedade descartável, um dia estamos jovens e bonitos, no outro somos mais um na engrenagem de um sistema muito competitivo. Por isso a necessidade de criar cidadãos adultos, responsáveis pelo futuro de velhos que precisarão ser tratados com respeito e com valores mais verdadeiros dos que hoje vigoram. 

Aliás, uma coisa triste foi a descoberta pela polícia baiana que o jogador do Cruzeiro não tinha habilitação. Ele acabou atropelando dois ciclistas, matando um. Será julgado e condenado por homicídio culposo, mas uma vida que se foi não terá mais chance, os mortos não voltam para consolar suas famílias. Seria bom uma reflexão sobre que valores e referencias estaríamos passando para os mais jovens. Serão os carros, a bebida e o sucesso os únicos motivos para ser jogador de futebol? A cidadania não pode passar ao largo de atletas descompromissados com a ética.

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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