Relacionamento derrubou Carpegiani

A passagem vitoriosa de Paulo César Carpegiani pelo Vitória, já é fato passado, mas ficou o mistério no ar: Como um técnico que em 30 jogos, venceu 20 e praticamente ajudou a tirar o Vitória da Série B, pode ser demitido sem uma explicação da diretoria? Foi demitido, pediu para sair? Não sabemos ou saberemos um dia. 

O certo, é que vaidades pessoais de alguns jogadores que se acham acima do clube e a influencia de setores pobre da imprensa radiofônica, contribuíram decisivamente para a saída do técnico. O Jornal A Tarde, nesta segunda-feira, ensaia algumas explicações, mas não liquida o assunto. 

O futebol não se limita apenas aos 90 minutos de bola rolando. Se fosse assim, o técnico Paulo César Carpegiani estaria seguro no cargo, com seus 67% de aproveitamento na Série B e o acesso bem próximo.
Existe também o extra-campo. E fatos de bastidores foram determinantes para o anúncio de sua saída do comando do Vitória. A partir de agora, é o bombeiro Ricardo Silva quem assume o posto até o final da Segundona.
A relação entre treinador e jogadores não era das melhores há tempos. Desde o episódio entre Carpegiani e Uelliton, o Leão nunca mais foi o mesmo. 

Ambos trocaram farpas por meio da imprensa e o rendimento do Vitória só fez cair. A partir do momento em que o problema interno veio a público, o Leão saiu de um rendimento de 73% para 67%. Não venceu mais fora de casa e perdeu três jogos em oito. O mesmo número de tropeços nas 23 rodadas anteriores à crise.
Nos bastidores, o técnico pode não ter sido o principal alvo dos atletas. Seu filho Rodrigo, sim. 

Segundo um funcionário do clube, que pediu anonimato, era quase unânime a má relação do elenco com o auxiliar de Carpé.
“Estava difícil a convivência. Ninguém o cumprimentava direito e até os tradicionais abraços antes dos jogos já não estavam acontecendo. Ele tinha um temperamento difícil e estava querendo mandar mais do que o pai. Mexeu com o ego dos jogadores e vimos a queda de rendimento”, alegou a fonte. 

Carpegiani quis inovar no comando. A intenção era dividir atribuições, mas acabou havendo conflito de poder. Carpé colocou o filho e Ricardo Silva para ficar à beira do gramado, passando suas instruções e ordens pelo rádio. “No início deu certo, mas os jogadores não sabiam mais quem obedecer”, acrescentou o funcionário, garantindo que o grupo permanece unido. 

“Não existiu racha. Existiu apenas insatisfação”.

 Campanha – Pela segunda vez, Carpegiani se despede do Vitória com bons números. Em 33 jogos, venceu 20 e teve mais de 65% de aproveitamento. Na passagem anterior, em 2009, quando também defendeu o Leão na Série A, saiu com rendimento de 53%.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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