Assessores de MGF hostilizam jornalista

Imaginei que essa fase de truculência, ameaças e intimidação já haviam
sido sepultada na Bahia e, sobretudo, na Bahia Esportiva, engano.  Segundo informações de David Mendes do site
Bahia Noticias, o jornalista esportivo do jornal A Tarde, André Uzêda (FOTO),
responsável por uma série de denúncias que envolvem a atual gestão do Esporte
Clube Bahia, foi vítima na última sexta-feira (5) de ataques e ameaças feitas
nas redes sociais por membros da diretoria da agremiação e parentes do
presidente Marcelo Guimarães Filho.

Até um perfil falso no Twitter foi criado para propagar difamações e
ameaças contra ele. Segundo o profissional de imprensa, em entrevista ao Bahia
Notícias, entre os responsáveis que usaram os seus próprios perfis está Bruno
Brizeno – funcionário
do Departamento de Futebol –; Sérgio Queiroz Bezerra, conhecido como Kabrocha – “braço direito” de Guimarães Filho –; e ainda Marcos Guimarães, irmão do dirigente.

Entre os diversos ataques, como “maconheiro mirim”, também houve
ameaças. No microblog, Brizeno escreveu: “o doce dele ta guardado. Vai cair no
meu colo. Essa boneca (sic). […] Ousadia, o viadinho tem muita, eu quero vê é
depois, quando tiver largado. O q é q vai fazer (sic)”. As agressões ganharam
repercussão nacional.

O caso teve destaque no site Observatório da Imprensa, entidade civil
que acompanha o desempenho da mídia brasileira. Isso porque, o apresentador de
TV e radialista José Eduardo, mais conhecido como Bocão, também encorpou o coro
dos agressores e passou a contribuir com as ofensas. “Odeio jornalista
esportivo vagabundo!

Esse mané vai aparecer na minha e vai levar piau (sic)”. Segundo
Uzêda, Bocão ainda lançou trocadilhos com o seu sobrenome: “O que fazer com
jornalista maconheiro? Prende ou deixa Azedar?”. Depois foi a vez de Luis
Gustavo Alves, irmão de Bocão e um dos diretores do site Bocão News. “Só anda
no Rio Vermelho queimado fumo”, postou.

Uzêda se defendeu ao descrever o caso. “Isso talvez (as denúncias) explique a fúria dos funcionários do Bahia que atacaram minha honra, embora não justifique a ação. O que não se entende e nem se compreende é a cólera de dois profissionais da imprensa neste mesmo caso. 

Naquela mesma sexta, consegui o celular do radialista José Eduardo e liguei para ele, a fim de que respondesse à mesma pergunta levantada aqui neste texto. A conversa foi nervosa, recheada de palavrões por parte do radialista, que afirmou que ‘resolvia as coisas pessoalmente e se quisesse poderíamos nos encontrar naquele exato momento para nos entender’. 

Quando rebati dizendo que só uso dos meios legais para solucionar qualquer tipo de pendência, ele debochou: ‘Tenho mais de 180 processos. Um a mais não fará a diferença’”, contou. 

Entre as reportagens produzidas pelo jornalista, está a que levantou pontos na negociação de um jogador da base do clube, que teve 20% do seu passe destinado a um empresário que recentemente entrou para o mundo do futebol.

Com a transferência do atleta para Portugal, o empresário recebeu mais de R$ 1 milhão pela transação. Uzêda teve acesso ainda às contas do clube, referentes ao ano de 2011, e veiculou a notícia de que o Bahia tinha fechado a temporada com débito de R$ 18 milhões no caixa, o que depois foi confirmado pela própria diretoria em seu site oficial. 

Em 2011, reportagens mostravam problemas na formação do conselho que reelegeu Marcelinho Guimarães, a exemplo da escolha de conselheiros irregulares, de acordo com o próprio estatuto do clube, e substituição de 58 outros nomes por suposta preferência política.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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