Nos últimos dias, em virtude dos registros de confrontos entre torcidas ocorridos no clássico BA-VI do dia 18 de março, realizado no Estádio Manoel Barradas, a possibilidade de permitir que haja apenas uma torcida no estádio, caso exista o encontro entre Bahia e Vitória nas semifinais ou finais do campeonato baiano de 2012, está sendo cogitada, discutida e será definida em breve.
É obvio que gostaríamos que as torcidas convivessem em paz, como acontecia em décadas passadas e sabemos que os causadores da violência são minoria dentro do universo de torcedores presentes ao Pituaçu ou Barradão.
Reconhecemos o esforço da Policia Militar, do Governo do Estado e do Ministério Público na tentativa de coibir os atos de violência, que muitas vezes acabam atingindo inocentes, como crianças, idosos e famílias pacíficas.
Apesar de todo o investimento em prevenção, os registros de agressões e confusões fora do estádio e até em estações de transporte público distantes do local da partida continuam acontecendo, ferindo torcedores e colocando suas vidas em risco.
Se para tentar preservar a vida e a integridade física dos torcedores, independentemente por qual clube torça, seja necessário ter apenas uma torcida no estádio, então que assim seja feito, nem que seja por experiência, para que possamos ter o parâmetro do que é mais seguro.
Em estados brasileiros e em outros países, esta medida foi testada. Existem casos em que a violência diminuiu e em outros, que a mudança não surtiu o efeito esperado, mas como cada local tem variáveis de comportamento das torcidas, diferenças físicas dos arredores dos estádios e condições logísticas da PM para garantir a segurança, achamos que seja válida a tentativa.
Além da questão da segurança, nosso torcedor queixa-se bastante que o tratamento dado à torcida visitante em Pituaçu é muito bom e não é o mesmo oferecido em outras praças. Muitos tricolores recusam-se a ir a outros estádios porque sabem que as condições de acomodação, higiene e segurança não são as mesmas disponibilizadas no Estádio Roberto Santos, casa tricolor.
Nós, como clube, temos a obrigação de zelar pela segurança do nosso torcedor e cobrar condições necessárias para que o time entre em campo e a torcida torça nas arquibancadas.
Por todos estes fatores, o Esporte Clube Bahia confiando na opinião técnica da Polícia Militar da Bahia, órgão capaz, experiente e especializado em segurança pública em eventos de grande público, apóia o projeto de torcida única nos clássicos.
Salientamos que as duas principais torcidas organizadas do Bahia, Bamor e Povão, também apóiam a idéia, por já terem testemunhado muitos casos de violência em outros clássicos e por isso, estão abertas a esta tentativa pela paz.
Não vamos esperar que vidas de torcedores sejam ceifadas, como ocorreu recentemente em São Paulo, para que tomemos ou pelo menos tentemos dar um basta na violência no futebol baiano.
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