PRATO DO DIA: Sardinha regada a lágrimas

Por Emerson Leandro

Devo confessar, faz tempo que queriaescrever este texto. O meu time fez a melhor partida do ano frente ao seu maiorrival. Mais que isso, diminuímos a desconfiança referente ao nosso técnico enos aproximamos do topo da tabela. Cerezo resolveu fazer a dele, montar a equipecerta e imprimir uma postura ofensiva, diminuindo os espaços do campo eforçando o adversário ao erro. Neto Baiano declarou antes da partida que éramos“favoritos em nossa casa” e foi assim que jogamos.

Devo dizer que nosso camisa nove feztremer as “duas torres” do Jahia e brocou o seu, teria feito outro se não fosseo maldito goleiro do jahia, que tem nome de costas. A liderança do campeonato,as tantas partidas de invencibilidade, a vantagem nos confrontos dentro doBarradão, nada disso adiantou esta tarde. O Vitória foi aguerrido e precisocomo um cirurgião rasgou o tricolor de alumínio e fez com que eles percebessemque a soberba é uma postura perigosa. O prato do dia esta tarde foi sardinha,daquelas bem vagabundas e fedorentas, e só comemos por que nosso trabalho nosobriga.

Embora tenhamos passeado pela toca, oque mais me chama atenção nesta partida é que jogamos como um time, semdepender exclusivamente de um ou outro jogador. Marquinhos estava apagado,Pedro Ken voltou a dar margem ao trocadilho interrogativo do seu nome e quandoNeto Baiano foi substituído, nada mudou. Toninho Cerezo fez uma coisa que desdeque chegou não havia feito. Aos vinte minutos do segundo tempo ganhávamos por umgol de diferença e ele trocou Marquinhos por Rildo e mantendo a ofensividade(mesmo que tenha quase me causado um infarto quando ensaiou tirar Ken e recuara equipe), boa Cerezo, por que não agiu assim antes, caramba?

Aporradinha

Estava ainda pelejando pra fazer minhainternet pegar, na ânsia de ver a pata vigorosa do leão destroçar o corpofranzino do demente “super” homem de alumínio, quando ouço gritos atordoados dovizinho ao lado gritando é gooollll! Aos cinco e logo em seguida aos oito, Netobaiano e Gabriel Paulista marcaram. A minha internet finalmente funciona e euvejo meu time implacável, marcando na saída de bola do time de Canabrava. NetoBaino sai na cara do gol Titi (ou sei lá quem) dá um carrinho criminoso,pênalti claro! Só o juiz não vê. Contra ataque rápido do adversário e pra minhatristeza Carlos Alberto Torres do meu time (vulgo Gabriel Paulista) faz pênaltino “mascarado da base” do time deles. Souza bate o pênalti e marca (olha depênalti vale né?). Ai meu time apaga por alguns instantes e numa bela jogada assardinhas empatam a partida.

Eu sentando no sofá de casa nãoacreditava no que estava vendo, parecia um remakede uma daquelas partidas que fazem qualquer cardíaco morrer. Mas de algum modoo mesmo infeliz que havia ajudado inimigo a esboçar a reação, foi tocado porDeus no coração e marcou a falta em cima de Mansur (agora regenerado e feliz dolado de cá).

Receita para uma obra prima: Por Geovani.

Pegue a bola com carinho, depositesuavemente no gramado. Dê dois passos para trás, agacha-se, esqueça oadversário idiota que está tentando importuná-lo. Com a mão direita reposicionea bola, girando suavemente sua superfície até que ela complete um giro detrezentos e sessenta graus em torno do seu próprio eixo. Levante-se, dê umpasso pra traz suavemente (ao seu gosto). Olhe fixamente para barreira a suafrente, calcule a distância, imagine a trajetória, respire fundo (só uma vez)ainda com a respiração presa, corra em direção a bola e bata firme na bola.Aguarde de dois a tr~es segundo e pronto.

Agora é só degustar o sabor da Vitória.

Depois desse gol foi só conversa e lamentaçãodas sardinhas de Itinga.

Emerson Leandro é colunista do portal TipoRevista.com.br

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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