Vitória diz que vai gastar R$ 35 milhões

Alexi Portela, o mandatário rubro-negro, encarou as perguntas do trio de entrevistadores de A TARDE, sem deixar de tocar em temas quentes, como a gestão do futebol, os erros e acertos do passado e a polêmica recente em relação ao goleiro Viáfara e especialmente sobre o orçamento para 2012.

Leia a primeira parte da entrevista, onde o presidente rubro-negro comenta sobre o orçamento para 2012, participação dos torcedores, a decepção com o técnico Geninho e afirma que o Vitória “vai subir este ano de qualquer jeito”. Aprovado os 50 milhões de orçamento, como este gasto será dirigido? Qual é a origem desse valor entre TV, patrocinadores e outras receitas?
Tivemos a reunião do conselho e foi aprovado este orçamento. Também foi dito como será gasto esta receita, onde a maior parte veio do patrocínio com a TV. Pretendemos utilizar 70% destes R$ 50 milhões no futebol profissional (cerca de R$ 35 milhões). A expectativa é investir este dinheiro para fazer um bom elenco desde o início do ano.

Além da receita da TV, as demais são satisfatórias?
Pode melhorar. Na Série B caímos um pouco neste quesito, pois tivemos valores maiores quando estávamos na Série A. Mas acho que vamos melhorar, pois a cada ano a receita aumenta.

Caso o Vitória não suba em 2012, esta receita vai diminuir entre o clube e a TV?
Nem conto com isto. Temos uma receita para subir em 2012. Este ano foi por pouco. Apesar de muita gente não acreditar, no final todos acreditavam no acesso. Em cinco minuto perdemos o acesso (levou dois gols do São Caetano no final da partida). Próximo ano vamos montar o elenco para subir de qualquer jeito.

Diminuiu a receita no programa sócio torcedor com a Série B? Deve diminuir ainda mais com a permanência em 2012?
Diminuir, não. Acho que se o torcedor quer o clube na Primeira, é preciso aumentar o número de sócios. Ninguém gostou da queda, tampouco da permanência na Segunda Divisão. Eu também sou torcedor e foi a maior decepção em 2011 para mim. Eu tinha certeza do acesso. Não adianta se afastar do clube quando o Vitória precisa. Não será a melhor postura do torcedor.

O Vitória tinha uma política de manter uma comissão técnica fixa, formada por profissionais “da casa”. Para 2012, o Vitória demitiu dois funcionários e contratou dois a pedido de Cerezo. Qual a razão desta mudança?
Não é que tenha mudado a política. Com relação ao treinador de goleiro, Eduardo Bahia sempre trabalhou no Vitória. Ele ficou três anos fora, mas sempre tivemos ele aqui. Luciano Júnior era da base e foi para o profissional. Eu sempre tive o interesse de ter Eduardo conosco novamente e coincidiu com o pedido de Cerezo de ter ele aqui. Com relação ao preparador físico, foi o único que Toninho Cerezo trouxe, de fato. Ele aproveitou todo restante do grupo que já estava aqui, como Ricardo Silva, seu auxiliar. É justo que ele traga uma pessoa de confiança dele.

A má fase de Viáfara e de Fernando influenciaram na decisão de afastar Luciano do cargo de treinador de goleiro?
Acho que ele não teve culpa, mas era preciso uma reformulação. Tivemos muitas falhas de goleiro que, se não tivesse ocorrido, tenho certeza que ainda estaríamos na Série A.

Houve muita troca de treinadores neste ano. Foram Lopes, Geninho, Ricardo Silva e Benazzi. Você acha que influenciou no ano tão ruim para o clube? Cerezo é um técnico para assumir durante toda temporada 2012?
Treinador é resultado. Ano passado, o final do ano foi ruim. Mas vencemos o Baiano, fomos finalistas da Copa do Brasil. Foi difícil trazer jogadores com um elenco disputando as finais da competição. Geraria ciúmes dentro do elenco e foi um preço caro que pagamos. Creio que Cerezo será o treinador até o final do ano. Tenho todo interesse na permanência dele, pois é um cara comprometido e tem carisma com a torcida. Analise o time do Vitória ano passado. A maioria dos jogadores hoje estão titulares em time de Série A. Não era time pra cair. Tiramos o foco do Brasileiro e pensamos apenas na final da Copa. Este ano demoramos muito de trocar o Geninho. Para mim foi uma surpresa negativa, pois acreditava muito no trabalho dele.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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