Cerezo pede apoio da torcida do Vitória

“Dirigir o Vitória mexe muito com meu coração. Sempre vou procurar fazer o meu melhor pelo Vitória”.

Preferido da torcida e de boa parte da imprensa, Antonio Carlos Cerezo, o Toninho Cerezo, 56 anos, está de volta ao Vitória, 12 anos depois de levar o rubro-negro às semifinais do Campeonato Brasileiro em 1999 e depois de duas tentativas não concretizadas. O treinador foi apresentado na tarde desta terça-feira em concorrida coletiva na Sala de Imprensa João Borges Bougê, no Estádio Manoel Barradas.

O Executivo de futebol do clube, Newton Drummond, fez a apresentação e o presidente em exercício Carlos Sergio Falcão saudou o treinador em nome da diretoria. O vice-presidente do Conselho Deliberativo, Silvoney Sales, participou da apresentação que atraiu ao clube um antigo colaborador: Joaquim Sales.

“Em nome da presidência do ECV, do presidente Alexi Portela Júnior, do presidente José Rocha, que está aqui representado pelo vice do Conselho, Silvoney Sales, eu quero lhe dar às boas vindas, quero lhe desejar muita sorte e quero lhe dizer que você hoje representa o sonho e a esperança de quase 3 milhões de torcedores que desejam um 2012 com muito sucesso, muitas vitórias, que nós sejamos vencedores e você será peça fundamental nisso. Receba nossa abraço e acima de tudo nossa confiança”, disse Carlos Falcão.

Comandante do time rubro-negro no período de 25 de julho a 8 de dezembro de 1999, Toninho Cerezo está na história do Vitória por ter sido depois de Fito Neves o técnico com melhor colocação no Campeonato Brasileiro. Fito foi finalista em 93 diante do Palmeiras, enquanto Cerezo chegou às semifinais em 99, sendo eliminado pelo Atlético Mineiro numa série de três emocionantes jogos.

Cerezo assumiu em 99 logo após a saída de Ricardo Gomes, cujo Vitória foi seu primeiro time como técnico no Brasil. Sua campanha é a quinta melhor em aproveitamento de pontos (42 pontos em 71 disputados, média de 51,9%). Em 27 jogos, o time sob comando de Cerezo venceu 12 vezes, empatou seis e perdeu nove. Marcou 41 gols e sofreu 47.

“Naquela época eu tinha grandes jogadores e isso é fundamental, conta muito para um treinador e nós tivemos um excelente trabalho. Agora nós vamos formar uma equipe, uma concepção de jogo de não deixar o adversário jogar. Essa é a mentalidade de hoje em dia, uma equipe jovem, com velocidade e com vontade de ganhar. Tenho certeza que além dos 11 e do banco de reserva, vamos ter um público cheio de vontade nos dando aquela algo mais que toda equipe precisa, que é apoio. Nós temos uma torcida enorme e que sempre nos apoiou”.

O curioso é que Cerezo não começou bem e nos seis primeiros jogos acumulou quatro derrotas e apenas um triunfo. Somente a partir da sétima rodada, quando o rubro-negro derrotou o Botafogo, por 2 x 0, no Barradão, o time engrenou de vez, a torcida apoiou o técnico e no ano do centenário o clube alcançou a quarta colocação no Brasileiro, que não era disputado no sistema de pontos corridos.

“Eu penso tão grande em termos de Vitória que eu vou até falar pouco. Acredito muito neste clube e nesta estrutura. Estou aqui de coração aberto, espero fazer um bom trabalho e tenho certeza que vou contar com o torcedor do Vitória. Acompanho esse clube já há muitos anos, mesmo estando fora daqui. Aqui foi o meu grande começo e tenho um carinho todo especial por esse clube e vou procurar fazer o melhor”, promete.

Depois da passagem pelo Vitória, Toninho Cerezo assumiu o Kashima Antlers, onde permaneceu por seis anos, sendo bicampeão japonês, bicampeão da Copa da Liga e campeão Copa do Imperador. Treinou em seguida o Al-Hilal, da Arábia Saudita, o Al Ain e o Al-Shabab, ambos dos Emirados Árabes. No Brasil, além do Vitória e do Atlético Mineiro, Cerezo treinou o Guarani e teve uma rápida passagem pelo Sport, em 2010.

O novo técnico disse que o ideal é montar uma equipe com 18 ou 19 jogadores e completar com três ou quatro da Divisão de Base. Ele está tranquilo porque conhece o trabalho realizado pelo Vitória nas categorias inferiores e seu assistente técnico Ricardo Silva e o preparador físico Mário Augusto estão assistindo aos jogos do time no Campeonato Brasileiro Sub-20.

“É uma felicidade muito grande retornar ao Vitória, esse grande clube, de uma grande torcida, uma grande estrutura e poder ter esta oportunidade de começar o início de um trabalho. Vou procurar fazer o melhor pensando grande como é o Vitória, formando uma boa equipe e competitiva. Logicamente que estamos na Série B e as dificuldades são grandes, principalmente no que diz respeito à parte financeira. Mas aqui tem uma boa categoria de base, jogadores jovens, futurosos e vamos aproveitar este trabalho”.

Para Toninho Cerezo, que volta à Itália para concluir um curso nos dias 18 e 19 de dezembro, o retorno ao Vitória é o cumprimento de uma promessa.

“Tempos atrás estive aqui no clube quando recebi uma proposta do presidente Alexi Portela (Júnior), mas por problemas pessoais não pude assumir, mas deixei bem claro para ele que quando tivesse a primeira oportunidade estaria à disposição. Ainda brincava com ele dizendo que poderia botar preço e isso aconteceu. Estou aqui cumprindo a minha palavra. Espero de coração que eu possa fazer o melhor para a equipe do Vitória”.

O atleta

Como jogador (meio-campista), Cerezo surgiu em 1972 no Atlético Mineiro, jogou no ano seguinte emprestado ao Nacional (AM), retornou e ficou até 84 no Galo, transferindo-se para a Roma, da Itália. Saiu em 1986 e foi para a Sampdoria, onde ficou até 1992.

Voltou ao Brasil em 1992 para defender o São Paulo, teve uma passagem rápida pelo Paulista (94), e saiu do São Paulo em 1995 para jogar mais uma vez no Atlético Mineiro e encerrar a carreira em 1997.

Disputou as copas do mundo de 1978 na Argentina e foi titular do time na Espanha em 1972 sob comando do saudoso Telê Santana, responsável pelo seu lançamento no time profissional do Atlético Mineiro.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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