Em nota oficial, a Associação Bahia Livre aponta uma série de equívocos da gestão de Marcelo Guimarães que passaram despercebido para o torcedor, mas que acabaram por criar as condições mais uma vez para que o Bahia fique na situação vexatória já no próximo sábado na zona do rebaixamento inexoravelmente.
Depois do jogo contra o Internacional, pela 16ª rodada, o técnico Renê Simões disse: “Infelizmente é um time que está de moldando ainda. Sei que o torcedor deve estar de saco cheio de ouvir isso. Mas é a verdade”. Esta afirmação explica boa parte do insucesso do Bahia no Campeonato Brasileiro, pois, mais uma vez, o time foi montado ao longo da competição e, provavelmente, o processo continuará. Só que o fato de ter montado, irresponsavelmente, um time abaixo da crítica no primeiro semestre, fazendo com que o clube perdesse, pela décima vez seguida, o campeonato baiano, não explica tudo, haja vista que o elenco é incompatível com um campeonato tão extenso O time considerado titular é mediano e as peças de reposição, em todos os setores da equipe, deixam muito a desejar.
Vale ressaltar que, para quem ainda insiste no argumento de colocar culpa na falta de sorte, mesmo que goleiros adversários tenham sido considerados, por um importante site de esportes, melhores da rodada em quatro confrontos contra o Bahia, o mesmo site informa que Marcelo Lomba foi, disparadamente, o goleiro com o maior número de defesas difíceis no campeonato (49 contra 36 do segundo e 32 dos terceiros empatados). Quem pensa em arbitragem deveria esquecer, pois é um fator que não se controla, nem a nossa diretoria parece ter capacidade política para reivindicar melhores árbitros nos jogos do clube. Além disso, impressiona os casos de indisciplina dos jogadores, sabe-se que são inúmeros, mas apenas para ficar nos casos que se tornaram públicos, destacam-se as dispensas de Jael, Ramon e Jobson, o que demonstra, mais do que a opção por jogadores problemáticos, a falta de comando no clube.
Um fato surpreendente marcou a semana passada, o clube realizou um evento, “Construindo hoje o Bahia de amanhã”. Pena que não tenha passado de um evento interno, fechado, numa salinha para, aproximadamente, 50 pessoas. Muito diferente do grandiosa e totalmente aberta “Conferência Gigante Tricolor – Luiz Osório”, organizada pelos movimentos de oposição, no salão principal do Centro de Convenções da Bahia com a maciça participação da torcida tricolor.
Ressalte-se apenas o comportamento subserviente do nosso presidente em relação ao presidente do Corinthians, como se pode ver em vídeo na página oficial do clube, na sua decepcionante palestra no evento, que mais pareceu uma corriqueira entrevista de rádio, dado seu conteúdo prosaico.
As atrasadas comemorações dos 80 anos surpreendem também pela falta de grandeza. Apenas para ficar em um único exemplo, recentemente, a tricolor Cláudia Leitte fez um show no centenário do Coritiba. Curioso foi ver durante as comemorações, numa caminhada em seu reduto eleitoral, um presidente de uma gestão virginal, que não ganhou absolutamente nada, ser carregado nos ombros.
Será que a campanha política municipal de 2012 já começou no Bahia? Será que o clube não amadurece e percebe que ídolos são os jogadores e que um dirigente carregado nos ombros é o símbolo no anti-dirigente e do atraso? Estamos a 2 pontos da zona de rebaixamento, com um pífio aproveitamento de 35% e segundo o site de probabilidades Chance de Gol, o Bahia é o quarto time com maiores chances de cair, com 59%. Como não percebemos capacidade de reação do clube, solidariamente, convocamos a torcida para apoiar o time em campo para que possamos ter condições de permanecer na primeira divisão, considerando que a estrutura atual do clube não nos dá segurança nenhuma que isso venha a acontecer, ao contrário!
Isso é deprimente, mas é a mais pura verdade! Por fim, lembramos, mais uma vez, as promessas não cumpridas de Marcelo Filho: um novo estatuto com eleição direta para presidente; eleição proporcional para o conselho deliberativo e fiscal do clube; abertura e transparência; plano de associação dos torcedores; criação das comissões para analisar a desapropriação da sede de praia e a permuta do fazendão pelo novo CT.