Bahia não pode e nem deve jogar a toalha

Comercialização humorada e simbólica de jogadores através do mercado livre, protesto via abaixo-assinado pedindo a expulsão de Marcelo Guimarães do PMDB, ameaça da torcida organizada Bamor em comparecer ao Fazendão, na próxima quinta-feira, exigindo o título e a saída de Paulo Angione, são cenários que demonstram insatisfação total do torcedor do Bahia, justamente na semana onde o clube utiliza do seu último disparo para matar o Leão e se habilitar para a disputa das finais do Campeonato Baiano.

Os protestos são legítimos, merecem respeito e devem ser ampliados em quantidade, qualidade e veemência, a partir de segunda-feira, quando evaporar pela chaminé do Barradão a derradeira gota de esperança de continuidade no Campeonato. Antes disso ainda existem possibilidades reais de se reverter a situação desfavorável, logo, ainda é tempo de jogar bola e correr atrás, acreditando no resultado e não simplesmente se atirando a toalha com uma das mãos e com o dedo da outra, apontar os responsáveis por uma suposta morte da galinha.

No último Domingo, um minuto de jogo, uma jogada quase fortuita, uma falta e um gol e pronto, se foi por terra toda uma programação estratégica de jogo. Era o dia do Vitória! Domingo, é outro dia e pode ser início de uma nova história, desta vez favorável ao Bahia.

O Barradão há muito tempo deixou de ser uma casa mal-assombrada, já não se operam milagres, ao contrário, foi palco das últimas vitórias do Bahia e cenário para rebaixamento dos proprietários da casa que, na fúnebre ocasião, necessitavam apenas de um único gol. E porque não fizeram? Simples, era o dia do Atlético-GO, era dia de René Simões.

É o futebol que sempre desconheceu a soberania, que nem sempre respeitou os prognósticos antecipados, que rejeita a ultrassonografia e, de dentro da sua enorme capacidade de ser imprevisível e que em alguns momentos leva apenas em consideração o momento, o agora e o dia, possa transformar tudo em nada em uma simples jogada como, ocasionalmente, aconteceu e favoreceu o Esporte Clube Vitória e, que desta vez, transforme o domingo 1º de Maio, como o dia do Esporte Clube Bahia.

Acreditando nisso e sabendo que os times, peso por peso, se equivalem e sem ter acesso, até o momento, no atestado de óbito que confirma o falecimento de Dona Inês, e mesmo reconhecendo honestamente a sua enfermidade, ainda acredito piamente que ela ainda vive e pode, e deve suspirar firme e forte para presenciar as finais do Campeonato Baiano, em dois jogos entre Bahia e Bahia de Feira de Santana, em 8 e 15 de Maio de 2011.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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