Golpe baixo na imprensa escrita

O julgamento de ontem à noite, na Comissão Disciplinar do TJD, ainda rende assunto e, agora, também protesto por parte da imprensa escrita atingida e completamente desqualificada pela defesa do Esporte Clube Vitória no aspecto prova. Natural, acredito até que um das funções de um advogado é transformar o réu como vitima da verdade. O protesto brando é de Rafael Carneiro, jornalista da Tribuna da Bahia, em artigo publicado no seu BLOG pessoal e do Site Arena Nordeste. Confira.

A atitude da defesa do Vitória de desqualificar a midia impressa, no julgamento de seus atletas no TJD/BA, foi, no mínimo, deselegante. Durante toda a sua defesa, o advogado Manoel Machado afirmou, reafirmou e defendeu que não se pode confiar no que está escrito nos três jornais da capital: A Tarde, Correio e Tribuna da Bahia.

As publicações foram usadas pela Procuradoria do TJD para denunciar os jogadores e o técnico Antônio Lopes pelas ofensas ao árbitro Jailson Macedo Freitas depois do último Ba-Vi.

Não vou ser leviano e dizer que não existem maus jornalistas. Profissionais de mau caráter existem em todos os meios. Mas, seria muita criatividade acreditar que os repórteres se reuniram e decidiram inventar frases e atribuí-las aos jogadores do Vitória.

Qual seria a intenção desta ação? Será que todos que pertencem à mídia impressa já sabiam que os jornais seriam utilizados pelo TJD como prova de uma denúncia e queriam prejudicar o Vitória? O que ganharia este repórter, sabendo que, em caso de uma invenção, o suposto autor da frase poderia tranquilamente processá-lo?

Uma das frases dita pelo advogado do Vitória foi a seguinte: “Pode descartar as provas porque todos os denunciados negam”. Mas é óbvio. Os jogadores negam quando existe o vídeo, fazem uma falta dura, metem a mão na bola, comentem um pênalti e já levantam dizendo que não fizeram nada. Seria diferente em relação a uma denúncia tão grave?

E se realmente houve uma confabulação dos jornalistas contra o Vitória, porque a diretoria não tomou uma atitude? Os clubes sempre tiveram a prática de publicar em seus sites notas oficiais desmentindo informações da imprensa. Então, se os jogadores e o técnico realmente não declararam o que estava nos três jornais impressos da capital, por que não houve nenhuma ação do Vitória?

A intenção da Federação Bahiana de Futebol e do TJD de reunir provas foi anunciada no dia seguinte ao Ba-Vi. Por qual motivo, então, o Vitória não desmentiu as declarações que foram proferidas por seus jogadores e pelo técnico? Naquele momento não era mentira?

Sei que o argumento foi uma estratégia de defesa do departamento jurídico do Vitória. Aliás, foi o caminho mais fácil para desqualificar as provas. Existiam outros meios de se fazer a defesa, obter sucesso e não colocar em xeque a conduta dos jornalistas. O clube deveria ter respeito com os profissionais. O Vitória e o TJD, que acatou a defesa sem problema algum.

Não quero questionar o resultado do julgamento, se as penas foram brandas ou pesadas. Apenas me senti ofendido com as insinuações feitas no auditório do TJD. E este foi apenas um desabafo. Longe de mim ser o dono da verdade.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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