Camisa tricolor é a arma do Bahia

Acreditei que a pequena melhora do Bahia nos últimos jogos, com a consequente classificação em segundo lugar no seu grupo, se deu quase que integralmente pela inclusão na equipe de novos jogadores, como Ramon e Tressor Moreno e outros. Mas a superstição parece ter dado sua contribuição para avanço tricolor. O Correio, na edição impressa desta terça-feira, lembra que além da qualificação técnica do grupo, a camisa listrada azul vermelha e branca, por muitos anos usada como padrão de número dois, tem participação decisiva na ascensão do Esporte Clube Bahia. Confira.

Era noite de 23 de fevereiro, o roupeiro Mário já havia agilizado tudo no vestiário tricolor, mas o destino não queria um Bahia com o seu tradicional padrão número 1. Com problemas na lavanderia, o São Domingos trouxe de Sergipe apenas seu uniforme branco para o jogo de volta da Copa do Brasil. Como só avisou em Pituaçu, Mário teve trabalho dobrado pra organizar os 18 uniformes número 2.

Valeu a pena. De tricolor, o Bahia despachou o clube sergipano por 5×1. De lá pra cá, não perdeu mais e, por superstição, manteve a camisa listrada, o calção azul e os meiões vermelhos em todos os jogos. Se contar com os 2×0 no Ba-Vi e o 0x0 com o mesmo São Domingos, em Aracaju, ambos com o padrão tricolor, a sequência já chega a sete jogos, sendo cinco vitórias e dois empates.

Reacostumar – “Nosso primeiro título brasileiro foi de tricolor (1959). O Baiano de 94 também. Vamo nessa que tá dando sorte. O time ganhou corpo de tricolor e Omar só tomou um golzinho assim”, fala com propriedade o roupeiro Mário, 15 dos seus 50 anos vividos dentro do Fazendão, na mesma função.

E a camisa pé-quente tá com moral mesmo no Bahia de primeira, versão 2011. Dos 14 jogos na temporada, o Esquadrão entrou de azul, vermelho e branco nove vezes. De branco, quatro. E o azarado padrão ‘fúria’ teve uma chance. Só não soube aproveitar. Ainda com Rogério Lourenço, derrota por 2×1 para o Flu de Feira, em Pituaçu, e o dito uniforme número três nunca ganhou um jogo sequer.

Pra quem se acostumou a ver o Bahia de branco em casa, é bom reacostumar. Dos sete jogos em Pituaçu, os jogadores entraram de manto listrado quatro vezes e sempre com vitória ao fim dos 90 minutos. “Até prefiro a branca, mas como seu Paulo Angioni (diretor de futebol) deu a orientação, que venha o título de tricolor. Se vier, vamos entrar no Brasileiro assim”, brinca seu Mário, que sonha chegar na Seleção. Titulares como Ramon, Tressor Moreno e Robert ainda não jogaram de branco. Se for para o bem tricolor, que sigam sem conhecer.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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