Bahia sonha com receita de R$ 35 mi em 2011

Campeão Brasileiro e conhecido por ter uma das torcidas mais fanáticas do país, o Bahia não fez jus à sua tradição ao amargar sete anos longe da elite do futebol nacional. Mas dá sinais de que conseguiu se reciclar. Com mudanças em sua gestão, o clube pretende seguir o exemplo de sucesso do Internacional e já sonha com os louros que a vaga na Série A do Campeonato Brasileiro pode trazer.

A diretoria tricolor espera arrecadar no mínimo R$ 35 milhões em 2011 com a participação na primeira divisão. De acordo com o presidente do clube Marcelo Guimarães Filho, apenas com cotas de televisão as receitas serão de R$ 22 milhões, valor bem acima dos atuais R$ 6 milhões.

Em relação aos patrocínios, o lucro também promete ser significativo. A expectativa é dobrar o ganho com a exposição de marcas na camisa, hoje ‘avaliada’ em R$ 6 milhões. Isso sem contar receitas mais difíceis de mensurar como visibilidade e negociação de jogadores com uma vitrine mais atrativa.

Se a vaga ainda não está garantida, ao menos está bem encaminhada. Restando oito rodadas para o fim da Série B do Campeonato Brasileiro, a equipe nordestina ocupa a quarta colocação com 52 pontos (mesmo de Figueirense e América-MG), três a mais que o quinto colocado Sport. O líder é o Coritiba com 59 pontos.

O feito é ainda mais significativo se comparado com os últimos anos. A última vez que o time disputou a Série A foi em 2003 quando foi rebaixado com a 24ª posição. Aí veio a decadência. Não conseguiu um título sequer do Campeonato Baiano (o último foi em 2001) e ainda amargou a Série C em 2006 e 2007. Desde então fez campanhas modestas na segunda divisão e não conseguiu o acesso à elite.

Na visão de Marcelinho, como é conhecido, a grande guinada foi a mudança na forma de gerir o clube. O primeiro passo foi profissionalizar o departamento de futebol. Hoje, apenas o cargo de presidente não é remunerado. Para equalizar as dívidas, a saída foi desvincular o Esporte Clube Bahia do Esporte Clube Bahia S/A, empresa que acumula dívida de R$50 milhões, enquanto o clube deve cerca de R$10 milhões no total.

Além disso, houve um investimento na estrutura física, o que incluiu a reforma do centro de treinamento e a construção de uma academia de ginástica que custaram em torno de R$ 1,5 milhão. Um novo CT, ainda mais moderno, tem previsão para ser entregue em 2012, mesmo ano em que o clube deve começar a explorar a Fonte Nova, atualmente em reformas para a Copa do Mundo-2014.

Os resultados não vieram de graça e foi preciso um investimento mais alto, apesar da complicada situação financeira do Bahia. A atual folha salarial é de R$ 1,1 milhão por mês, bem mais alta que nas gestões anteriores. O presidente acredita que foi um risco necessário.

“Faltava ousadia, às vezes é preciso apostar. Encontrei uma falta de profissionalismo e uma situação financeira ruim. Era uma forma muito amadora, mesmo que bem intencionada, de trabalhar. Hoje paramos de ter pessoas que entram e saem toda hora e estancamos as dívidas trabalhistas”, diz Marcelinho sobre a herança deixada pelo antecessor Petrônio Barradas.

Para resgatar os tempos áureos, o Bahia tem como modelo o Internacional, considerado exemplo de sucesso pelos títulos recentes e os mais de 100 mil sócios. Membros da diretoria tricolor visitaram os gaúchos para entender melhor o estatuto do clube. Isso porque a maior cobrança no Bahia hoje é pela reforma estatutária, principalmente no que se refere às eleições.

De acordo com o presidente, foi formulado um novo modelo em que os sócios têm direito ao voto, assim como no Inter. Mas em votação da Assembleia Geral uma parcela se mostrou contrária e a decisão está nas mãos da Justiça. A idéia é incentivar o aumento do número de torcedores vinculados ao clube, incluindo projetos como o sócio-torcedor. Hoje, o Bahia conta com cerca de 10 mil sócios e quer atingir a marca de 30 a 40 mil até o fim de 2011. Com informações da FolhaSpress

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