E.C Vitória: Somos fortes

 Santos 2 x 0 VitóriaO gosto amargo ainda está na boca. A sensação do quase, de que a conquista não aconteceu por pouco, passa toda hora pela mente. Não há como evitar o baque de mais uma bola na trave do Vitória. O sonhado e merecido título nacional não veio mais uma vez. Porém, o rubro-negro saiu fortalecido das finais da Copa do Brasil.

A consequência mais positiva da trajetória nessa competição foi a união entre a torcida e o time, que já era firme e se tornou ainda mais intensa. Foi o impulso da arquibancada que levou uma equipe limitada tecnicamente a um patamar que quase ninguém imaginava. Os jogadores, a maioria apenas esforçados, tiraram garra de onde não imaginavam existir, lutando até o final. Fomo dignos, não há dúvida. Caímos diante de um adversário bastante forte. História parecida com a da final do Brasileirão de 93, contra o Palmeiras.

Mostramos ao Brasil que o incensado Santos não é imbatível. Os moleques da Vila (sim, moleques marrentos e que pensam ser deuses) não são o supra-sumo do futebol. Ficou claro que, com um investimento maior no início do ano, contando com apenas um jogador diferenciado no time, poderíamos ter conquistado a taça. Resta, mais uma vez, a lição para 2011: é preciso concentrar esforços para vencermos a Copa do Brasil, uma vez que não temos caixa suficiente para manter um time competitivo para competição de longo alcance, como a Série A. Essa é a nossa realidade hoje.

É importante ressaltar que a relação com a torcida é de mão dupla. Se os torcedores apoiaram incondicionalmente na Copa do Brasil, engolindo sapos de contratações absurdas (Maurim, Bambam e Cia), aceitando tropeços contra rivais desqualificados do campeonato estadual e entendendo a posição insatisfatória no Brasileirão, agora tem o direito de cobrar.

Queremos um time competitivo para 2011. Não dá para chegar a uma final de Copa do Brasil tendo que improvisar um zagueiro da base na lateral-direita, por pura falta de opção (apesar de Gabriel ter entrado muito bem). Queremos um time com postura de time grande fora de casa, seja na Copa do Brasil ou em qualquer outra competição, pois foi a apatia e covardia em Santos que nos tirou o título. Queremos um tratamento digno no estacionamento do Barradão, um lamaçal que deixa a torcida parada duas horas após o final do jogo esperando retornar pra casa (cheguei duas e quarenta da manhã).

Dois pitacos pra terminar. O primeiro diz respeito à postura do Correio da Bahia, mais uma vez achincalhando uma instituição como o Vitória. Gozação é para torcedores, não para um jornal dito sério. Quero ver se, em outubro, quando o bahiazinho estiver sem chances de subir, se vão colocar um elevador quebrado, com o escudo do clube dentro, cheio de teias de aranha na capa. Ou quem sabe um pênis flácido tricolorido, que não sobe nem com viagra? Deixa eu parar de falar, se não atrapalha a preparação para o vibrante duelo contra o ASA de Arapiraca…

O segundo pitaco é essa fixação com essa babaquice de estrela. Deixa esse papo para o lado de quem não tem mais nada a falar, a não ser sobre as tais estrelas. Antes de 88, eles nem usavam estrela no escudo, vai ver tinham vergonha do título de 59. O Palmeiras, multicampeão, não as usa. O Real Madrid idem. Lugar de estrela é no céu. Nossas preocupações são bem terrenas.

Saudações Rubro-Negras à maravilhosa e honrada torcida do Esporte Clube Vitória

José Raimundo Silveira

Militar, jornalista e rubro-negro desde os tempos de Ricky.

E-mail: tencerqueira@gmail.com

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Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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