A ditadura doméstica do Bahia

Todos estamos cientes da lerdeza do Bahia para se ajustar administrativamente e fazer frente aos grandes clubes do sul-sudeste do país. Para isso todos estão concordes da necessidade da abertura do clube com democracia, alternância de grupos no poder e transparência.

Há muito que o clube sofre de uma tirania típica das famílias patriarcais que aqui se formaram, impedindo o Bahia de experimentar o jogo da democracia. Destaca-se no Bahia as atitudes domésticas em ambientes inapropriados, iminentemente políticos, onde devem ser os dissensos tratados como garantia máxima da liberdade de todos.

Lima Barreto em “Triste fim de Policarmo Quaresma” coloca muito bem esse paternalismo dos ditadores brasileiros no começo da primeira Repúlica brasileira quando exibe o tirano Floriano Peixoto, que perseguia seus rivais como que caçando em uma fazenda. O traço mais presente da República brasileira era o recinto doméstico, onde se castigava o filho e levava a filha até a morte por desobediência sem qualquer lei que impedisse o poder paternal.

Respirava-se o positivismo nessa época e a ideologia da ordem. Os fanáticos desrespeitavam a liberdade alheia sem o menor constrangimento em nome do ditador de ocasião e sob o signo da ideologia da recém-inaugurada República, a ordem, sempre sob o ar da modernidade dos moviementos filosóficos europeus, então na moda o positivsmo de August Comte.

No futebol e no Bahia tudo beira a essa preguiça da inamovibilidade da ordem constituída e da perseguição aos rivais da nossa primeira República. Nada pode prosperar no Bahia com independência e sem o aval dos donos do poder. Democracia no Bahia? Nesses ambientes onde predomina o patriarcalismo e o amor à ordem a quaquer custo nada pode prosperar.

Pois, como dizia Lima Barreta, no Brasil não temos uma monarquia, nem uma aristocracia e nem uma plutocracia. Temos no Brasil a chamada “ditadura doméstica”. Eu recoloco a questão parafraseando o mestre: Temos no Bahia uma ditadura doméstica típica de ambientes paternalistas que perseguem seus opositores.

PS.: Força para a Revolução Tricolor, Nestor Mendes Jr e todos aqueles que lutam por um Bahia melhor!

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Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

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