Quanta má vontade com o Vitória!

Já devo ter escrito algo nesta linha, ao longo destes quase 11 anos de Barradão On Line. Aliás, algumas vezes, já que o assunto é recorrente. Trata-se do descaso às notícias relevantes que envolvem o nosso Esporte Clube Vitória.

O Ibope divulgou, esta semana, pesquisa que aponta um crescimento expressivo da torcida rubro-negra baiana na faixa etária dos 10 aos 15 anos. Qual a repercussão desta notícia na mídia baiana, quer jornais, rádios ou tv´s? Mínima. Quanta má vontade!

Conversando com um professor de Comunicação, este sugeriu ser a questão um bom tema para pesquisa, e me perguntou o motivo pelo qual estes números não são noticiados com destaque pela mídia massiva. Para ele, a preferência clubística supera os princípios profissionais e mercadológicos na imprensa esportiva baiana.

Aliada à esta carência na ética e no senso de visão do mercado da imprensa, somo a deficiência numa boa venda da nossa imagem por parte do clube. O que fizemos para enaltecer o nosso tetracampeonato, com oito títulos em dez anos? Muito pouco. O que estamos fazendo para engrandecer o feito de chegar à final da Copa do Brasil? Muito pouco. O que estamos preparando para o pós-decisão, comemorando o título ou não? Não sei.

Só nos respeitarão quando elevarmos nosso respeito próprio. Desprezar figuras que insistem em nos depreciar, desde a época em que o Barradão era “um estádio inviável” até hoje, quando nossa torcida “cabe numa Kombi”. Utilizei dois conceitos muito explorados pela mídia que quer tapar o sol com a peneira, nos diminuindo, e que, queiram ou não, influenciam no comportamento da torcida do Vitória.

Somos fortes e não é de hoje. Conversando com o amigo Lázaro Babau, ouvidor do clube, ontem à tarde, no Barradão, lembrei de estórias que escutei sobre ele, Nilton Sampaio, Carlos Sales, Jairo Santos e muitos outros que, no início da década de 60, promoviam festas e passavam a “sacolinha” junto à torcida, com o objetivo de arrecadar dinheiro para contribuir com o dia-a-dia do Vitória. Essa turma, somada a muitos baluartes, não deixou a peteca cair, segurou o Leão, apesar da carência de títulos. São verdadeiros heróis, anônimos, como muitos que fazem o Vitória hoje em dia sem mostrar a cara, agindo no meio da torcida, bolando eventos, como o “Barradão em Chamas”, ou gritos de guerra para empurrar o Rubro-Negro às vitórias no Barradão.

Criticar a presença de público no Manoel Barradas – mais de 9.000 torcedores com o Vitória na zona de rebaixamento – é um absurdo. Vamos enaltecer os que foram em número quase igual ao público do Flamengo, maior torcida do Brasil, no mesmo dia e horário, no bem localizado Maracanã.

A realidade mudou. Dos heróis que seguraram o clube nas vacas magras aos comandantes que hoje lideram uma legião grandiosa de apaixonados, muitas batalhas foram vencidas.

Os números do Ibope são reveladores. Somos a 15ª torcida do País, com 2,3 milhões de torcedores no Brasil, 1,7% da torcida nacional. Na faixa etária dos 10 aos 15 anos, somos 700 mil torcedores, à frente do Bahia, maior rival local, do Inter-RS e do Santos.

Em análise de Alexandro Ribeiro, o crescimento da torcida do Vitória apontado com o incremento da menor faixa etária – de 10 a 15 anos – é de 44%, inferior apenas ao da torcida do Ceará, o que comprova a força do Leão.

A velha guarda mal acostumada que nos diminui passará e, provavelmente nesta época, a jovem torcida rubro-negra estará alcançando a liderança estadual.

Saudações rubro-negras,

Luciano Santos

Economista, especialista em Comunicação e editor da Revista Eletrônica Barradão On Line.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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