Salvador de azul, vermelho e branco

O fato já se deu, muitas homenagens foram prestadas, a imprensa esportiva da Bahia repercutiu imensamente os fatos, evidenciou a data, valorizou o acontecimento histórico e único para a Bahia e para o Norte-Nordeste. A cidade já se vestiu de azul vermelho e branco e deve voltar para a normalidade naturalmente. Alguns rubro-negros, sem nenhum espírito esportivo, já arrancaram as roupas de baixo por cima, explico: pela cabeça, através de comentários neste BLOG que indicam fúria, raiva, inveja e um centenário despeito…

O rubro-negro defumado, ainda que use agora secretários, já foi para os quintos dos infernos (se ainda não foi, vai), o Bahia joga amanhã uma partida importantíssima em todos os aspectos contra o Atlético-GO, precisando vencer, por um placar quase impossível. O técnico Renato Gaúcho tem o retorno de vários titulares, reforçando o time, reafirmando nossas esperanças. Ainda assim, como uma homenagem de caráter pessoal e com o claro e assumido intuito de sacanear reproduzo, abaixo, matéria assinada pelo jornalista Rafhael Carneiro, veiculada na Tribuna da Bahia desta terça-feira que, além de registrar, ressalta, evidencia e sobretudo valoriza, o titulo que muitos querem e somente a torcida do Esporte Clube Bahia pode comemorar.

O torcedor do Bahia fez ontem, com orgulho e muita razão, o que lhe restou nos últimos anos: comemorar as conquistas históricas do clube. O cinquentenário do primeiro título nacional, a Taça Brasil de 59 foi festejado, relembrado e coloriu Salvador com o azul, vermelho e branco.

Enquanto muitos amanheceram com o pensamento nos 461 anos de fundação de Salvador, os tricolores queriam comemorar somente o feito inédito, conquistado há 50 anos diante do Santos de Pelé em pleno Maracanã.

As camisas e bandeiras, que poderiam estar bem guardadas por causa do empate com o Camaçari no domingo, foram tiradas dos armários e gavetas. Pelas ruas, o que se viu foram tricolores orgulhosos pela conquista que garantiu ao tricolor o feito de ser o primeiro clube brasileiro a participar da Taça Libertadores.

Há 50 anos, a comemoração de ontem – muitas vezes silenciosa – criou um Carnaval nas ruas de Salvador. Os festejos pelo aniversário da cidade foram estendidos por mais alguns dias. A delegação tricolor retornou à capital baiana no dia 2 de abril, depois de ter sido abortada a ideia de realizar dois jogos amistosos em Belo Horizonte. No dia, milhares de pessoas lotavam as dependências do então Aeroporto de Santo Amaro de Ipitanga.

“Às 13h30, quando se abriu a porta do PP-LER do Lóide Aéreo, foi uma apoteose. Os jogadores foram carregados nos braços até os “jeeps” cedidos pela Petrobras para o desfile. Às 15 horas a banda do Corpo de Bombeiros abriu o desfile, puxando centenas de automóveis e ônibus.

Paradas em Itapuã, onde moravam Biriba e Léo, nas sedes do Botafogo – que hasteou a bandeira do Bahia – e do Ypiranga, no Palácio da Aclamação, no Campo Grande, para a homenagem do governador Juracy Magalhães, na Praça Municipal, para a saudação do prefeito Heitor Dias, na Praça da Sé, ponto final do delírio da torcida tricolor”, relata o jornalista Nestor Mendes Júnior no livro Esporte Clube da Felicidade: Bahia – 70 anos de glórias.

As homenagens oficiais aos herois da conquista tiveram início com a campanha “Quem tem estrela usa”, que incentivou os torcedores a vestirem a camisa do Bahia ontem. Amanhã, no jogo contra o Atlético- Go, a direção promete mais.

O reconhecimento deveria ter sido feito no domingo, mas foi adiado porque o Estádio de Pituaçu não havia sido liberado pela Superintendência de Desportos do Estado da Bahia (Sudesb).
Cinco adversários no caminho do título

Para conquistar a Taça Brasil, o Bahia teve de superar cinco adversários na campanha de 14 jogos entre os anos de 1959 e 1960. Foram nove vitórias, dois empates e três derrotas. O ataque tricolor marcou 25 gols e sofreu 18. Léo ainda foi artilheiro da competição, com 08 gols marcados.

A Taça Brasil foi o primeiro grande torneio nacional, reunindo os 15 principais campeões estaduais. Além do Bahia, Santos, São Paulo, Vasco da Gama, Atlético Paranaense, Atlético Mineiro, Grêmio, Sport, Rio Branco do Espírito Santo, Hercílio Luz de Santa Catarina, Auto Esporte da Paraíba, ABC, Ceará, CSA e Tuna Luso, disputaram esta competição.

Depois de ter eliminado o CSA, Ceará e Sport, o Bahia passou pelo Vasco da Gama nas semifinais. Na decisão, contra o Santos de Zito, Jair, Coutinho, Pepe e Pelé, foram necessários três jogos para definir o campeão. Em Santos, vitória tricolor por 3 a 2. Em Salvador, melhor para os paulistas: 2 a 0.

“Pelo regulamento da competição, foi realizado um terceiro e decisivo jogo. O Santos abriu o placar aos 27 minutos do primeiro tempo com um gol de Coutinho. A tristeza, no entanto, demorou pouco. Dez minutos depois, Vicente empatou para o Bahia. A virada baiana saiu no segundo tempo.

Aos 45 segundos de jogo, Biriba aproveita uma cobrança de escanteio e cabeceia para o gol. O zagueiro Getúlio salva em cima da linha, mas atento ao rebote, Léo marca. A consagração e a confirmação da raça tricolor vieram aos 36 minutos da etapa final, quando Alencar fechou o placar: Bahia 3×1 Santos”, registra o livro Ba-Vi: Uma paixão sem limites.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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